Governador disse que as obras na Represa do Atibainha vão colocar à disposição da Região Metropolitana 77 milhões de m³ de água.
Por José Maria Tomazela
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta quarta-feira que o abastecimento da Grande São Paulo está garantido até dezembro. "Temos água para quatro meses. Chegaremos até o final do ano ainda que não chova, mas é evidente que vai ter chuva." Ele fez a afirmação diante da Represa do Atibainha, um dos reservatórios do Sistema Cantareira que tem nível crítico. No local, Alckmin inspecionou as obras do sistema de bombeamento que inicia a retirada da reserva estratégica – o chamado volume morto – do Cantareira.
O governador, candidato à reeleição em outubro, disse que as obras na Represa do Atibainha vão colocar à disposição da Região Metropolitana mais 77 milhões de metros cúbicos de água. Até outubro, segundo ele, os reservatórios do Rio Grande e da Guarapiranga contribuirão com mais 1,8 m³/s para o Cantareira. Na margem seca da represa, ele voltou a dizer que não há necessidade de racionar água em São Paulo. "Não temos no Estado um único município operado pela Sabesp em racionamento. Onde tem racionamento não é da Sabesp", alegou.
Alckmin visitou as obras do Atibainha acompanhado pelo secretário de Recursos Hídricos, Mauro Arce, e pela superintendente da Sabesp, Dilma Pena. Ele examinou gráficos que mostram a redução no uso da água do Cantareira de 33 m³/2 para 20 m³/s, diferença que está sendo compensada pelos outros reservatórios, mas também pelo aumento na economia de água pela população – em agosto, o número dos que gastaram menos água subiu 2%. As bombas sugavam 20 m³/s da água escassa e evidenciavam ainda mais o leito da represa sem água.
O governador voltou a defender o projeto do seu governo de fazer a interligação do Sistema Cantareira à bacia do Rio Paraíba do Sul. O governo paulista quer construir um canal ligando a Represa do Atibainha, no Cantareira, à do Jaguari, mas o governo do Rio de Janeiro, abastecido pelo Paraíba do Sul, se opõe ao projeto. A palavra final será dada pelo governo federal. Ele disse que a medida é "inteligente e necessária" e feita o mundo inteiro. "As cinco represas do Cantareira tem 980 milhões de m³ de capacidade de reservação. Só a do Jaguari, aqui em Igaratá, que forma o Rio Paraíba, tem 1,1 bilhão. Se você interliga, dobra a capacidade de reservação e todos ganham."
Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo