Segundo a CNI, outro benefício seria economia no consumo elétrico
Por Cristiane Bonfanti
O estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a redução das perdas nos sistemas de abastecimento de água geraria ganhos potenciais de R$ 29,9 bilhões para a economia até 2025. Essa economia seria alcançada ao se reduzir o volume desperdiçado nas redes de distribuição para 23,2% nos próximos 11 anos. Hoje, é de 36,9%.
Em um cenário otimista, com perdas reduzidas à metade, para um índice de 18,7%, os ganhos chegariam a R$ 37,2 bilhões. Se levado em conta o cálculo conservador, com redução de 25% no desperdício, os ganhos potenciais seriam de R$ 20,9 bilhões, até 2025. Além dos ganhos monetários, a CNI destacou que outro benefício seria a redução de consumo elétrico.
"A identificação das perdas nos sistemas deve figurar no plano de ação diário das empresas, como forma de postergar novos investimentos na captação de água e na construção de redes de distribuição e coleta. Isso permite direcionar recursos para ações de eficiência e melhora na qualidade da prestação de serviço" disse Ilana, analista da CNI.
Indústria: maior incremento
A confederação calcula ainda que, para cada R$ 1 investido no saneamento, a economia teria um incremento de R$ 3,13 no valor bruto da produção nacional. Além dos conhecidos benefícios para a saúde pública e o meio ambiente, a ampliação de obras para abastecimento de água e tratamento de esgoto repercutiria de forma abrangente no setor produtivo, movimentando indústria, comércio e setor de serviços. A indústria seria o setor mais ativado, com aumento de R$ 1,88 no valor bruto de sua produção para cada R$ 1 investido em saneamento.
Em relação aos índices de atendimento, o Ministério das Cidades acrescentou que é importante considerar não somente soluções coletivas. No Brasil, destacou o órgão, são adotadas soluções individuais, como poço e fossa séptica. O ministério considera os dados da Pnad/IBGE de 2012, que computa a população servida por poço com canalização interna no domicílio, e registra um índice de atendimento de 94,9% da população urbana e de 89,3% da população total. Em relação ao esgotamento sanitário, que leva em conta fossas sépticas, o índice de atendimento da população urbana foi de 83,9% e da população total foi de 76,1%.
Matéria originalmente publicada no portal do jornal O Globo