Por Flávia D’Angelo
Enfrentando a pior estiagem dos últimos 84 anos, os paulistas começam a perceber a importância de recuperar os mananciais do Estado. E preservar o Meio Ambiente é fundamental para que isso ocorra.
A área é a quinta e última abordada na série do Metro Jornal, que traz as propostas dos três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas. Já foram abordadas as áreas de segurança, transporte, saúde e educação.
De acordo com especialistas, o sistema Cantareira, que ontem operava com 7,8% de sua capacidade, deve levar no mínimo dois anos para se recuperar.
Na segunda-feira, a Sabesp informou que já está pronta para começar a captar a segunda cota do volume morto do sistema. Serão mais de 106 bilhões de litros de água retirados e a última reserva incorporada ao manancial só deve durar até novembro.
“O Estado fez uma gestão de apagar incêndio e conseguiu a adesão da população. Agora é preciso dar prioridade ao assunto”, diz Malu Ribeiro, coordenadora de Redes de Água da SOS Mata Atlântica. Para ela, é preciso dar prioridade à preservação do meio ambiente.
“O Estado precisa penalizar os setores que desperdiçam e que poluem as águas”, afirma Malu.
Além da crise hídrica, também é preciso avançar na questão do lixo. Embora seja o Estado mais avançado na Política Nacional de Resíduos Sólidos, ainda falta acabar com os lixões que ainda restam e aumentar a coleta seletiva.
Análise: Malu Ribeiro – Coordenadora de Redes de Água da SOS Mata Atlântica – Água e floresta devem ser prioridades
O principal desafio do próximo governador de São Paulo será melhorar a conservação das áreas de proteção ambiental e associá-las à gestão da água no Estado.
Claro que o clima tem um grande peso na crise hídrica, mas a gestão foi feita de maneira errada. Não se adotou em nenhum momento medidas de preservação. O Estado tinha estudos há 10 que já sugeriam a necessidade de diminuição do uso do sistema Cantareira para preservar o manancial.
São Paulo deixou de fiscalizar quem comete crime ambiental. Água e floresta devem estar na agenda estratégica.
Outra questão é o licenciamento ambiental. Culpá-lo por entraves à construção de empreendimentos ou adotar medidas para flexibiliza-lo é um tiro no pé. Se a licença demora, é porque as exigências não foram cumpridas.
Matéria originalmente publicada no jornal O Metro