Prefeitura vai contratar 300 aparelhos que ficarão acoplados nos veículos; Novos dispositivos terão capacidade para ampliar em até 171% a média de autuações por mês na cidade.
Por André Monteiro
O número de multas de trânsito deve disparar em São Paulo com a entrada em circulação de ônibus equipados com radares. A contratação de 300 aparelhos está prevista para o mês que vem.
Segundo estimativa da prefeitura, o novo sistema tem potencial para flagrar 1,5 milhão de infrações por mês.
Assim, se sua capacidade fosse plenamente usada, isso levaria a uma média de 2,375 milhões de multas/mês –aumento de 171% sobre a média atual, de 875,3 mil registros.
A novidade ocorre em um contexto de aumento dos radares convencionais e de entrada de guardas-civis na fiscalização do trânsito.
A licitação para os radares em ônibus foi aberta na quinta-feira (25) e tem custo estimado em R$ 43,2 milhões por um período de quatro anos.
A empresa contratada será responsável pela instalação e conservação dos 300 radares, além de manter uma central de imagens.
A licitação deve ser concluída em outubro; depois haverá período de testes –sem prazo definido.
Os aparelhos serão instalados em parte da frota municipal –de 14,8 mil ônibus– e vão flagrar sete infrações simultaneamente, cometidas por quem passar na frente ou atrás dos coletivos.
Inicialmente, a gestão Fernando Haddad (PT) estudava usar esse tipo de equipamento para fiscalizar a invasão de faixas e corredores de ônibus, mas decidiu incluir também infrações como o desrespeito ao rodízio.
A fiscalização será feita em movimento, apenas na faixa em que o ônibus estiver, em pontos previamente cadastrados. Os radares poderão ser colocados na frente ou na traseira, ou nos dois.
Equipados com tecnologia de leitura automática de placas, eles vão verificar se todos os veículos (incluindo motos) que chegarem perto dos ônibus estão cometendo alguma infração.
Se for o caso, vão tirar foto e enviar para a prefeitura, que emite a multa ao motorista.
Para registrar a infração com precisão, os radares terão GPS capaz de incluir endereço, data e horário na imagem, de forma automática.
Também terão que ser capazes de fotografar veículos de dia ou de noite. Para o período noturno, será obrigatório sistema de iluminação imperceptível a olho nu –para não ofuscar os motoristas.
No caso das faixas e corredores de ônibus, os radares terão que flagrar os invasores em pelo menos dois pontos da mesma via –para não multar quem estiver fazendo conversão. Se ficarem por mais de dez minutos, será considerada nova infração.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo