Largos do Paissandu e São Francisco receberam deque, mesas e cadeiras; Ideia é testar modelo e depois levá-lo a outros pontos do município; prefeitura firmou parceria com o Itaú.
Por Vanessa Correa
O largo do Paissandu é um desses lugares do centro de São Paulo que se tornam vazios e um tanto assustadores à medida que a noite avança e o comércio fecha.
Mas, há cinco dias, os moradores da região passaram a frequentar mais o local. Nesta quarta (1º), em uma cadeira de praia sobre um deque de madeira, Rubiana Matias, 31, observava os filhos brincarem no balanço. "Eles me pediram para vir no novo parquinho", disse a operária.
As novidades, que incluem ainda um palco perto da Galeria do Rock e barracas de comida ao lado do restaurante Ponto Chic, são de um dos dois projetos-piloto para revitalizar áreas da região central.
O outro projeto-piloto fica no largo São Francisco, onde uma área de respiro do metrô, que antes ficava cercada, foi aberta e coberta também por um deque com cadeiras –que ao final da noite são recolhidas e guardadas em um contêiner por um monitor.
Os dois largos receberão programações como sessões de cinema, feiras gastronômicas e pequenos shows, tudo para fazer as pessoas permanecerem no espaço público.
As estruturas, provisórias, ficarão no lugar por pelo menos dois meses. "A ideia é descobrir o que funciona e levar para outros pontos da cidade", afirma Gustavo Artezan, diretor responsável pelo projeto na prefeitura.
"O que faz um local ficar seguro é o uso. Tem que ter gente usando e gostando do espaço. Reforma e policiamento só não adiantam", diz.
As áreas dos projetos-pilotos também tiveram iluminação trocada, árvores podadas e instalação de wi-fi.
Essas melhorias, somadas aos gastos com novos equipamentos, custaram R$ 400 mil à prefeitura, diz Artezan.
O banco Itaú é parceiro no projeto e investiu na promoção dos eventos culturais e em parte dos equipamentos.
As próximas áreas serão o Pateo do Collegio, a rua 25 de Março e o vale do Anhangabaú, mas ainda sem prazo.
O projeto foi desenvolvido pela prefeitura em conjunto com o escritório de arquitetura Metro, a partir de uma consultoria do arquiteto dinamarquês Ian Gehl.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo