Conselho da Cidade pedirá reunião com autoridades para tratar do assunto; prefeito cobrou maior acesso a dados técnicos da crise.
Marco Antônio Carvalho – Especial para O Estado de S. Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), cobrou maior transparência e interlocução dos órgãos da administração estadual que estão lidando com a crise no abastecimento de água que atinge também a capital. Haddad informou que será requisitada uma reunião com as autoridades do assunto para ter acesso a dados técnicos da situação.
"Acho que não cabe à Prefeitura outra coisa se não cobrar mais transparência, mais informações para que nós possamos ser também agentes da resolução do problema", disse Haddad durante agenda na manhã desta quarta-feira, 15.
Para o prefeito, se a atual posição for mantida, a crise pode se agravar. "Se mantiver dessa maneira, com dificuldade de acesso, a gente vai ter mais dificuldade de superar esse momento crítico", acrescentou.
Segundo ele, o Conselho da Cidade irá oficiar as autoridades para que uma reunião ocorra. O conselho é um órgão consultivo formado por representantes de movimentos sociais, entidades de classe, empresários, cientistas, pesquisadores e artistas.
"O que a gente defende é que haja maior interlocução entre esses órgãos, desses órgãos com a população, para que possamos enfrentar esse desafio com um conjunto maior de informações técnicas para ajudar a resolver o problema", disse.
Caminhões-pipa
Escolas da rede municipal de ensino já vêm recorrendo a caminhões-pipa para regularizar o abastecimento de água na capital. A Prefeitura ainda não possui um levantamento sobre a quantidade de casos, mas mostrou preocupação com a situação.
"Já há isso em algumas poucas (escolas). Isso está crescendo e estamos com uma preocupação grande que as escolas estão usando recursos para esse fim e isso impacta o dia a dia da cidade", disse o prefeito.
Nesta semana, o Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) da Prefeitura decidiu liberar a circulação de caminhões-pipa para entrar em qualquer horário no centro expandido da cidade. Esses veículos só podiam entrar em determinadas regiões depois das 22h, por causa das regras de restrição ao tráfego de caminhões em vigor nas vias da capital.
Matéria publicada originalmente no jornal O Estado de S. Paulo.