Consumidor que não atingir meta terá desconto igual ao percentual economizado; Empresa não informou quando novo desconto terá início nem quantos usuários poderão ser beneficiados.
Por Artur Rodrigues e Gustavo Uribe
Com o agravamento da crise no abastecimento, a Sabesp vai criar um novo modelo de bônus para pessoas que vêm economizando água, mas não atingem o patamar de 20% necessário para obter o atual desconto, de 30%.
Pelas novas regras, o bônus antigo continua em vigor, mas quem conseguir economizar um percentual menor que a meta terá desconto proporcional. Por exemplo: se o consumo cair 12%, o desconto será também de 12%.
"Às vezes, a pessoa reduziu 15% ou 19% e não ganhou o bônus. Nós propusemos para Sabesp que dê também bônus para economias menores. Se economizar 5%, terá 5% de redução na conta de água, por exemplo", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta (16), em evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo.
O governador afirmou que a Sabesp ainda analisaria a ideia. A empresa confirmou que a medida será adotada, mas não informou quando começa o programa, seu impacto financeiro nem a estimativa do número de pessoas que podem ser beneficiadas.
Sem adotar o rodízio no abastecimento, o bônus é uma das principais medidas do governo para a redução do consumo de água na crise.
Nesta quinta, o sistema Cantareira operava com 4,1% da sua capacidade, o menor índice de sua história.
O objetivo do novo modelo é motivar as pessoas que não têm conseguido atingir a meta atual a continuarem economizando.
Em setembro, 26% dos usuários reduziram o consumo, mas não chegaram ao patamar exigido. Outros 49% conseguiram o bônus e 25% gastaram mais água.
Adesão
Em setembro, o índice de adesão ao programa de economia (pessoas que atingiram o bônus e as que conseguiram reduzir o consumo em menos de 20%) foi de 75%.
O percentual é o segundo menor desde o início do programa, em março, perdendo só para julho (74%), quando a Copa do Mundo impulsionou o consumo. Em maio, a adesão chegou a 90%.
Aumento
Além das pessoas que não conseguem atingir a meta, outro público-alvo do novo bônus são os que têm aumentado o consumo.
Nos últimos oito meses, o grupo dos que gastaram mais água tem ficado acima da casa dos 20%.
O governo deve manter o programa de bônus ao menos até o fim de 2015.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo