Prefeitura, Câmara e Assembleia estão entre os órgãos que não vêm alcançando 20% de redução no consumo; Sede do governo do Estado aumentou gasto em setembro, mas permanece dentro do bônus há seis meses.
Em plena crise hídrica, órgãos como Prefeitura de São Paulo, Câmara Municipal e Assembleia Legislativa não vêm conseguindo atingir a meta de redução de consumo de água criada pela Sabesp.
O bônus de 30% na conta é dado aos consumidores que conseguem economizar 20%.
Em alguns casos, como no Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia, houve aumento. O consumo médio de janeiro a setembro foi 18% maior do que o verificado em 2013.
Já a Câmara teve gasto médio de água 25% superior à meta entre março e agosto.
A Casa só recebeu o bônus em junho, mês em que o funcionamento foi alterado por causa da Copa, e julho, durante o recesso parlamentar.
O Edifício Matarazzo, sede da prefeitura, manteve o padrão de consumo –só conseguiu reduzir o gasto médio de água em 4% neste ano.
O Palácio da Justiça, sede do Tribunal de Justiça, também não tem conseguido reduções contínuas. Em março, por exemplo, aumentou 95% em relação ao mês anterior. Em setembro, houve redução do uso de água de 17%.
O Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, não atingiria o bônus em março. No entanto, por ser abastecido pelo sistema Guarapiranga, foi incluído no programa em abril e, desde então, vem atingindo a meta.
Em setembro houve aumento de 6% no consumo se comparado ao mês anterior, mas ainda dentro da meta.
Outro lado
A Assembleia diz que o aumento do consumo de água neste ano ocorreu devido a reformas e à "recepção de grandes eventos, como convenções partidárias".
Afirma, porém, que anos antes da crise criou um programa de economia que foi responsável por queda de 21% no gasto de 2011 a 2013.
A Câmara diz que "não faz racionamento" e é aberta ao público. Também afirma que houve redução de 14% no período de março a agosto deste ano comparado com as mesmas datas de 2013 –índice abaixo da meta de 20%.
A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) justifica o gasto maior de água no Palácio dos Bandeirantes em setembro devido ao maior número de dias úteis e de eventos no mês, se comparados com agosto.
O Tribunal de Justiça diz que suspendeu limpezas com água corrente e pediu atitudes "rigorosas" dos funcionários.
A prefeitura não informou suas ações para a economia de água.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo