Se ainda patina na maioria das promessas para a área de saúde, em especial na busca pela redução das filas para o agendamento de exames, em ao menos uma delas a gestão do prefeito Fernando Haddad não só cumpriu a meta como também a superou.
Nessa situação estão os consultórios de rua, com 16 entregues até agora, ante os 12 previstos inicialmente.
Esse consultórios são unidades móveis, que rodam a cidade com especialistas e atendem a população em situação de rua.
Nas últimas semanas, a Folha percorreu as regiões da Sé, Luz, República e Santa Cecília, no centro da capital paulista, e conversou com pessoas atendidas por esse programa da gestão petista.
Tânia Coimbra, 55, há cinco anos morada de rua, diz já ter sido abordada por funcionários da prefeitura.
"Comecei um tratamento de hérnia de disco e agora dizem que vão me operar."
Volta para a rua
Luciene dos Santos, 40, também disse ter sido levada para o tratamento contra o alcoolismo nos centros de atenção psicossocial, os Caps.
"Eles [funcionários do programa] me tratam até que bem, mas eu acabo voltando pra rua", afirma Luciene.
Também nas Unidades Básicas de Saúde Integrais, que une algumas frentes de atendimento, entre as quais o Saúde da Família, há elogios a serviços, como a demanda espontânea e as consultas marcadas aos
pacientes.
"Eu conheço todo mundo, e uns agentes da saúde vão na minha casa todo o mês saber se está tudo bem", diz Maria da Penha Januário, 38.
Atendimento em casa
Desempregada, Maria da Penha se refere à Estratégia Saúde da Família, programa do governo federal, atrelada às unidades administradas pela prefeitura paulistana.
Maria do Socorro Macedo, 54, diarista, afirma receber os agentes de saúde da prefeitura em sua própria casa.
"Faço tratamento para depressão. Eles perguntam se estou tomando o remédio, e a gente assina um papel para confirmar a consulta."
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo