Por Fábio Takahashi e Thais Bilenky
Quase dois anos depois do início de sua gestão, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), entregou 28% das vagas para creches e pré-escolas prometidas até 2016. E, dos 20 novos CEUs, só um está prestes a ser concluído.
A criação de 150 mil vagas até 2016 no ensino infantil, principalmente nas creches (para crianças de 0 a 3 anos), foi um dos principais compromissos de Haddad durante a campanha eleitoral.
No mês passado, a fila por vagas nas creches chegou ao maior número desde 2007, quando começou a ser medida: 188 mil crianças. Hoje há 228 mil matriculadas.
Em relação aos CEUs (centros educacionais com infraestrutura de esporte e lazer), dos 20 prometidos, apenas o de Heliópolis (zona sul) está quase pronto. Para os demais, há no máximo terreno definido. Os dados constam no sistema de acompanhamento da própria prefeitura.
O secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, afirma que o atual ritmo de expansão do ensino infantil está dentro do esperado.
Disse ainda que a criação de vagas será acelerada agora, após reorganização de processos para construção de creches e para assinatura de convênios com entidades parceiras –que hoje são responsáveis por 66% dos alunos.
Negativo e positivo
A Folha apurou que o ritmo de expansão de vagas preocupa líderes do próprio PT, que temem que as metas não sejam atingidas, prejudicando a campanha de 2016.
O sistema de metas da prefeitura aponta que foram entregues no governo Haddad 51 creches e pré-escolas. Destas, só duas não constam na lista de obras em andamento deixada pelo governo anterior, de Gilberto Kassab (PSD).
Entre as promessas do petista, as ligadas às mudanças pedagógicas avançaram. Já no ano passado o sistema de ciclos no ensino fundamental foi redesenhado, atendendo a demanda antiga de parte dos professores.
A reprovação de estudantes, que só era possível em duas das nove séries, passou a ser autorizada em cinco.
Ainda não é possível, porém, saber qual impacto a medida trouxe à qualidade do ensino, pois os estudantes ainda não passaram por nenhuma avaliação externa.
Também caminham bem a instalação de polos de formação de docentes e atividades aos alunos fora das aulas.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo