Por André Monteiro
A gestão Fernando Haddad (PT) decidiu reduzir a velocidade máxima permitida nas marginais Tietê e Pinheiros com a justificativa de que houve crescimento das mortes no trânsito em São Paulo.
O limite nas pistas expressas vai cair de 90 km/h para 70 km/h; nas pistas locais, de 70 km/h para 60 km/h.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que ainda não há prazo para a mudança, embora ela já esteja sendo preparada por técnicos.
O secretário de Transportes, Jilmar Tatto, disse, sem detalhar, que outras vias também terão redução de limite de velocidade –expandindo uma ação iniciada em 2011, sob Gilberto Kassab (PSD).
"Onde é 70 km/h, para 60 km/h. Onde é 60 km/h, para 50 km/h", afirmou ao Conselho Municipal de Transporte e Trânsito na quinta (4).
A justificativa do secretário de Haddad é a alta das mortes no trânsito neste ano, revertendo uma tendência de queda verificada desde 2012.
Ele diz que um levantamento preliminar da CET já detectou esse fenômeno. A companhia, porém, não informou os números.
Dados da Secretaria da Segurança Pública apontam que as mortes cresceram 4,5% de janeiro a setembro, na comparação com igual período do ano passado. Trata-se do maior aumento desde que as estatísticas passaram a ser divulgadas, há dez anos.
A secretaria se baseia nos boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil –metodologia diferente da usada pela CET, mas que serve como termômetro da situação.
As marginais costumam ser as vias com mais vítimas na capital. Em 2013, somaram 63 mortes, 6% do total.
Estudos internacionais indicam que um acidente a 70 km/h tem risco 40% menor de resultar em mortes na comparação com outro a 90 km/h.
Dentre as vias onde já foi implantada a redução de velocidade pela gestão Haddad estão a avenida Ibirapuera –onde ela caiu de 60 km/h para 50 km/h em outubro.
A prefeitura também já derrubou os limites para 40 km/h em áreas do centro e de bairros como Moema e Santana.
Tatto diz que a alta de mortes é puxada pelos acidentes na madrugada e nos finais de semana envolvendo jovens e critica a falta de fiscalização da Lei Seca, a cargo da PM.
A Secretaria da Segurança afirma que ele "mais uma vez se equivoca" e que os motoristas multados por uso de álcool superam, até outubro, a quantidade total de 2013.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo