A cidade de São Paulo Já conta com mais de 140 quilômetros de ciclovias implementadas pela Prefeitura entre junho e 10 dezembro deste ano. Somados aos 63 quilômetros de vias exclusivas para bicicletas que já existiam, o município conta agora com 204 quilômetros em operação.
O objetivo da administração municipal é viabilizar a criação de 400 quilômetros de ciclovias até dezembro de 2015, por meio do programa SP400km. E 2015 começa com duas obras importantes: as ciclovias da Avenida Paulista e a que será implementada embaixo do Elevado Costa e Silva, o Minhocão. As duas intervenções tem previsão para serem iniciadas no dia 5 de janeiro e juntas somam quase 9 quilômetros de vias exclusivas para ciclistas.
Com aproximadamente cinco quilômetros de extensão, a ciclovia embaixo do Minhocão irá ligar a Praça Roosevelt à estação da Barra Funda, da Linha 3-Vermelha do Metrô, passando pela avenida Amaral Gurgel e o Memorial da América Latina. O novo trecho também fará ligação com ciclovias existentes na região, como a da Avenida Duque de Caxias (sentido Barra Funda), além de saídas para ciclofaixas, como a da Rua Albuquerque Lins (sentido Consolação). O Minhocão deverá passar ainda por uma revitalização com implementação de áreas ajardinadas e troca da iluminação existente por LED.
Já na avenida Paulista, a nova ciclovia terá quatro quilômetros de extensão e fará conexão com 11 ciclovias ligando às regiões do Centro, Pacaembu, Ibirapuera e Vila Mariana. O projeto inicial prevê que o canteiro central da avenida será alargado em 25 centímetros de cada lado para facilitar a passagem de bicicletas nos dois sentidos. Os tanques que hoje abrigam plantas e flores serão retirados, assim como os relógios de rua distribuídos pela via. As árvores no trecho da Bernardino de Campos serão preservadas. As oito faixas de rolamento da via serão mantidas, com alguns ajustes, e alguns trechos, próximos aos semáforos, ganharão grades para a proteção dos ciclistas.
A pista desta ciclovia será elevada em relação ao nível da avenida, terá cerca de quatro metros de largura e será construída sobre o canteiro central em toda a extensão do eixo formado pelas avenidas Paulista e Bernardino de Campos.
Antes da implantação da ciclovia na Paulista serão instaladas uma faixa exclusiva de ônibus e um traçado de via para bicicleta, no final da avenida, que cruzarão a rua da Consolação. Além de atender os ciclistas, essa medida beneficiará 170 mil usuários de linhas do transporte coletivo do eixo Rebouças e Dr. Arnaldo, que hoje fazem o retorno pelas ruas da Consolação e Bela Cintra. A expectativa é de que a obra diminua em 15 minutos o tempo de viagem nessas linhas.
Pontes nas marginais
A ponte das Bandeiras foi a segunda travessia sobre os rios Pinheiros e Tietê a ganhar via exclusiva para ciclistas. Ao todo, 12 pontes das 28 existentes nas duas marginas receberão vias exclusivas para bicicletas.
No início de novembro, a ponte Jornalista Walter Abraão, conhecida como ponte da Casa Verde, recebeu uma ciclovia de 600 metros. O percurso está implantado sobre o passeio, no sentido Bairro/Centro e faz a conexão com a ciclovia da Rua dos Americanos, no Bom Retiro, região central da cidade. A calçada da Ponte da Casa Verde possui quatro metros de largura e foi dividida em duas partes. Metade dela acomodará a ciclovia e a outra metade, sinalizada em azul, será destinada para os pedestres.
A via na ponte das Bandeiras tem percurso bidirecional implantado em dois trechos, no canteiro central da avenida Santos Dumont e na calçada da ponte, no sentido Bairro. Futuramente, a via fará a conexão com as ciclovias do Bom Retiro e da avenida Braz Leme.
O terceiro trecho sobre pontes foi no Viaduto Domingos Franciulli Neto, ligação das zonas Leste Norte da cidade, que ganhou 1,4 quilômetro de ciclovia.
Em agosto, a Prefeitura entregou uma ciclopassarela de 180 metros de extensão que liga o Parque do Povo à Ciclovia da Marginal Pinheiros, na zona oeste da cidade, passando sobre a marginal e os trilhos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A via possui rampas e um elevador para facilitar o acesso, e foi construída com estrutura metálica, laje em concreto e guarda corpo em aço galvanizado.
A travessia de ciclistas em pontes e viadutos sobre as marginais dos rios Tietê e Pinheiros era apontada pelos ciclistas como uma das principais dificuldades na circulação pela cidade.
Aprovação e aumento de ciclistas
Em setembro, a Pesquisa Mobilidade Urbana realizada pelo Ibope, a pedido da Rede Nossa São Paulo, apontou que 88% dos entrevistados são a favor da construção e ampliação das ciclovias na cidade. O instituto ouviu 700 pessoas entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro. A margem de erro é de 4 pontos percentuais.
A mesma pesquisa apontou que o número de paulistanos que usam a bicicleta todos os dias como meio de transporte cresceu 50% em 2014 em comparação a 2013. Enquanto o levantamento de 2013 estimou que cerca de 174,1 mil moradores da cidade usavam a bicicleta diariamente, neste ano o número passou para aproximadamente 261 mil. O levantamento mostrou ainda que que as medidas que mais incentivariam o uso da bicicleta como alternativa ao carro são a criação de novas ciclovias e a melhoria da segurança do ciclista, ambas com 26%.
Paraciclos e bicicletários
Além de investir na ampliação das ciclovias, a Prefeitura também tem buscado aumentar o número de pontos de paradas para os ciclistas, dando segurança aos usuários das bicicletas e garantindo a integração com outros modais como o ônibus ou o metrô.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) abriu no início de novembro um edital de pregão eletrônico de registros de preço para adquirir 8.000 novos paraciclos.
Com a medida, a cidade ganhar mais 16.000 vagas. Mesmo antes da licitação, por conta das novas ciclovias, locais como os largos São Francisco e Paissandú, Vale do Anhangabaú, a rua Doutor Falcão, na região central, a avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte, e a praça Braúna, na zona leste já ganharam paraciclos.
A primeira ação neste sentido tinha acontecido em agosto com a inauguração do bicicletário público municipal no Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste. O equipamento fica ao lado da estação Faria Lima da Linha-4 Amarela do Metrô e tem capacidade para guardar 100 bicicletas dos próprios usuários, e não as compartilhadas, além de outras duas vagas para pessoas com deficiência.
A cidade conta, atualmente, com 5.115 vagas em bicicletários e paraciclos integrados às estações da CPTM e do Metrô, e aos terminais da SPTrans. São 4.923 vagas em bicicletários, que são locais fechados e com zeladorias, além de 192 vagas em paraciclos, que são estruturas que permite apoiar e fixar o veículo não motorizado.
Matéria originalmente publicada no portal Brasil Notícia