37 planos para a metrópole têm previsão de entrega neste ano, aliviando o transporte público e oferecendo mais opções de compras e lazer para os moradores.
Por Elvis Pereira e Rafael Balago
As obras programadas para sair do forno neste ano devem alterar o cenário e o cotidiano de parte dos paulistanos.
De um lado, as administrações estadual e municipal, com as promessas de entregar estações de metrô e corredores de ônibus, obras tão necessárias para melhorar a mobilidade urbana, além de ciclovias e parques, como o da Chácara do Jockey.
Do outro, os empresários, com investimentos na abertura de mais shoppings, novos teatros, restaurantes e uma espécie de bairro planejado na zona oeste, o Jardim das Perdizes.
Ao todo, a sãopaulo reuniu 37 planos que, cada um a seu modo, vão mudando a cidade.
8 SALAS DE TEATRO
A cidade deve ter ao menos oito novas salas de espetáculo em 2015, que se juntarão às mais de cem já existentes. A maior delas será anexa ao shopping JK Iguatemi: o teatro Santander terá 1.200 lugares e um palco capaz de receber musicais de grande porte, como os da Broadway. A abertura é prevista para o primeiro semestre.
Outros centros de compra abrirão espaço para as artes cênicas. A partir de março, o Villa-Lobos contará com um teatro em sua cobertura, com 750 lugares e programação variada, que incluirá dança e shows.
O shopping Metrô Santa Cruz ganhará um espaço com 350 assentos. O Jardim Sul prepara duas salas voltadas ao teatro infantil e à comédia stand-up. Os dois locais ainda não definiram o mês de abertura.
Um dos motivos para o aumento dos teatros nos shoppings é uma lei municipal que determina que todos os centros de lojas com mais de 30 mil metros quadrados tenham ao menos um teatro de 250 lugares. Em compensação, quem cumprir a regra paga menos para construir além do permitido pelo zoneamento.
A prefeitura, por sua vez, pretende reinaugurar até abril três teatros que foram fechados para obras: o Arthur Azevedo, na Mooca; o Flávio Pinheiro, na Penha; e o Paulo Eiró, em Santo Amaro. Os palcos municipais costumam oferecer peças adultas e infantis com ingressos gratuitos ou a preços populares.
5 PARQUES
Se os novos parques planejados pela prefeitura se tornarem realidade, a capital chegará ao fim deste ano com o equivalente a quase dois estádios do Morumbi em áreas verdes a mais.
A gestão Fernando Haddad (PT) promete criar cinco parques neste ano –o mês de abertura não foi informado. Estão na lista o Tatuapé e o Paraisópolis, nos bairros homônimos, o Feitiço da Vila, no Capão Redondo, o Jardim das Perdizes, na Barra Funda, e o Chácara do Jockey, na Vila Sônia.
O maior deles, o da Chácara, tem 143 mil metros quadrados. O espaço teve a desapropriação decretada no fim do ano passado, como parte de uma negociação da prefeitura com o Jockey Club para abater o valor do local de uma dívida milionária de IPTU.
2 ESTAÇÕES DE METRÔ
Duas novas estações de metrô e 25,9 km de corredores de ônibus, a maioria deles reformados. Essas devem ser as inaugurações no transporte público até o fim deste ano.
A linha 4-amarela, de metrô, deverá passar a contar neste ano com as estações Higienópolis-Mackenzie, na região central, e da Oscar Freire, na oeste. Ambas estão entre paradas em funcionamento e, com isso, a extensão da malha metroviária permanece a mesma: 78,4 km.
A conclusão do ramal, que já havia sido prometida para diferentes anos, como 2008 e 2014, deve ficar para o ano que vem.
Quem aguarda a expansão do monotrilho também terá de esperar. Não há previsão da abertura de mais trechos neste ano, contrariando estimativas anteriores do governo Geraldo Alckmin (PSDB) –o percurso de Oratório até São Mateus, da linha 15-prata, era anunciado para 2014.
Para os passageiros de ônibus existe a promessa de três corredores. Em julho, deve ser entregue o de 3,3 km nas avenidas Engenheiro Luiz Carlos Berrini e Doutor Chucri Zaidan. Trata-se dos primeiros quilômetros dos 150 km prometidos pela gestão Fernando Haddad (PT).
Mais duas pistas exclusivas para coletivos listadas pela prefeitura são áreas reformadas, com alterações no piso e nas áreas dos pontos de embarque e desembarque.
As mudanças devem ser concluídas em julho nos 8 km ao longo da estrada do M'Boi Mirim e da avenida Guarapiranga e, em meio ao segundo semestre, nos 14,6 km que ligam as avenidas Inajar de Souza, na zona norte, e Rio Branco, no centro.
100 ESTAÇÕES BIKE SAMPA
A tinta vermelha das ciclovias e as estações de empréstimos de bicicletas devem se espalhar por mais bairros ao longo deste ano.
Segunda a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a meta é atingir a marca de 400 km de vias para a circulação de ciclistas em toda a cidade. Até a semana passada, havia pouco mais de 210 km.
Entre os projetos estão as ciclovias na avenida Paulista e sob o Elevado Costa e Silva, o Minhocão. Iniciadas neste mês, as duas obras devem ser concluídas no começo do segundo semestre.
Além de novos espaços para as bicicletas nas ruas, há a promessa de elevar de 200 para 300 o total de estações de empréstimo do Bike Sampa, com 3.000 bicicletas.
6 RESTAURANTES
Figuras conhecidas da gastronomia paulistana projetam novas casas para este ano. O grupo Fasano prepara o Parigi Bistrô, que deve abrir após o Carnaval no shopping Cidade Jardim. O cardápio trará pratos franceses.
A dupla Helena Rizzo e Daniel Redondo, do Maní, projeta o Manioca, no shopping Iguatemi. Helena foi eleita a melhor chef mulher do mundo em 2013 pela revista britânica "Restaurant". A inauguração está prevista para março.
No mesmo mês, o cozinheiro Luiz Campiglia, do Paribar, abrirá o Duco, inspirado na culinária e em hábitos paulistanos, como o churrasco grego. "O lanche remete muito ao que é ser paulistano: comer em pé e com pressa. Acho genial", diz Campiglia. Outro prato que entrará é o ragu de músculo. O nome da casa, vizinha ao Paribar, no centro, faz referência ao brasão da cidade: "Non Ducor Duco" (Não sou conduzido, conduzo).
Pelo menos mais três restaurantes devem estrear neste ano: o Goya, de Diego Belda (chef do antigo Rothko), na Vila Madalena; o Eataly, que combina supermercado e restaurante, na avenida Presidente Juscelino Kubitschek; e uma nova casa de Angelita Gonzaga (ex-Garimpos do Interior) na Pompeia, na zona oeste.
4 SHOPPINGS
Depois de um ano sem inaugurações de shoppings na cidade, São Paulo deve receber quatro deles em 2015.
O primeiro, previsto para abril, será o Cidade São Paulo, na avenida Paulista, com 160 lojas, cinema e restaurantes.
De perfil mais popular, o Nova 25 de Março pretende reunir, a partir do segundo semestre, lojas da conhecida rua de comércio em um espaço na marginal Pinheiros, em Santo Amaro.
Com porte menor e voltado ao mercado de luxo, o Cidade Jardim Shops oferecerá cerca de 50 lojas nos Jardins, ao lado do hotel Fasano. O espaço, que deve abrir no primeiro semestre, terá marcas como Dior e Hermès.
Região com menos shoppings da cidade, a zona norte ganhará o Cantareira Norte Shopping. Com mais de 200 lojas, o prédio em construção na esquina da avenida Raimundo Pereira de Magalhães com a estrada do Corredor tem a inauguração aguardada para o segundo semestre.
"São Paulo tem recebido poucos shoppings novos pela dificuldade em encontrar terrenos grandes, bem localizados e com preço viável, e não por falta de demanda", analisa Cláudio Sallum, sócio da Lumine, responsável pelo Cantareira.
Fábio Caldas, analista do Ibope Inteligência, faz uma ressalva: o nível de lojas vazias nos empreendimentos inaugurados nos últimos anos ficou acima da média. "Os projetos entregues agora começaram há alguns anos, com o mercado em alta. Os lojistas voltarão a pensar em expansão se a economia melhorar. Isso pode levar tempo."
Matéria originalmente publicada na revista sãopaulo