Por Fabrício Lobel
Pela primeira vez na atual crise de abastecimento na Grande São Paulo, a Sabesp admitiu que coloca todos os bairros da capital paulista sob redução de pressão de água -manobra que, na prática, ameaçar deixar moradores com as torneiras secas.
A informação foi publicada como resposta a uma determinação da Arsesp (agência reguladora estadual) para que a empresa publicasse em seu site a relação das regiões que podem ser afetadas com a falta de água.
Até então, a estatal admitia essa operação, mas não informava sua abrangência.
O objetivo da redução de pressão é diminuir a força com que a água é enviada pelas tubulações e assim conseguir diminuição do consumo e das perdas nas inúmeras falhas e vazamentos da rede.
A Sabesp diz que a operação é programada para acontecer todas as noites, quando há menor consumo de água.
No entanto, a manobra tem como efeito a falta de água em diversos bairros, principalmente nos locais mais altos e onde os moradores não tenham caixa d´água.
Na prática, em qualquer bairro, quem estiver em regiões mais altas e não tiver caixa d'água capaz de suprir a família por 24 horas, estará sujeito à falta de água.
Ao assumir a presidência da Sabesp no início deste ano, Jerson Kelman declarou que iria reforçar ainda mais a operação, para economizar água e evitar um colapso dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo.
Ainda segundo a Sabesp, mesmo com a redução de pressão, deveria haver garantia do abastecimento da cidade ininterruptamente. Eventuais falhas, desvios irregulares de água ou até a inauguração de um grande empreendimento ou condomínio em um bairro pode alterar a logística de envio de água.
Para contornar o problema, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a anunciar em dezembro de 2014 a distribuição de 10 mil caixas d'água para moradores mais afetados pela falta de água, devido às manobras de redução de pressão.
Veja a relação dos bairros que podem ser afetados nas 37 cidades da região metropolitana de São Paulo e no interior, além da capital paulista.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo