Coordenador da Rede Nossa São Paulo cobra plano de contingência e mais transparência na gestão da crise.
Por Redação RBA
O coordenador da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, cobra mais transparência na gestão da crise da água e pergunta: "O plano B é rezar?". "Se a água acabar, o que pode ser feito? Qual será o impacto social, econômico e ambiental? São questões que precisam ser respondidas", disse hoje (20) à Rádio Brasil Atual.
"Houve uma demora e continua havendo, do nosso ponto de vista, para mostrar a dramaticidade da situação", afirmou Grajew. Segundo ele, era negativo para o governo alertar a população sobre a situação e mostrar a sua responsabilidade na questão. "Houve falta de informações durante o período eleitoral de 2014, quando se dizia que estava tudo sob controle."
"O Sistema Cantareira está com 6%, baixando em média 0,1 por dia, o que significa que em 60 dias acaba a água. Vai ter água ou vai acabar? Se vai ter, de onde virá? Vai ter desemprego? O que vai acontecer com os estabelecimentos que dependem de água? Vão mandar embora as pessoas?", questiona o ativista.
Oded Grajew reafirma a necessidade do governo e a Sabesp incluírem a população e as entidades civis na discussão de um plano emergencial, sobre medidas que não podem ser tomadas unilateralmente. "Transparência total sobre como estamos e quais são os cenários para cada uma das perspectivas que estão se desenhando", cobra.
O geólogo Pedro Luiz Côrtes, da Universidade de São Paulo (USP), afirma que a população terá de reduzir o consumo em pelo menos 50% para não ficar sem água, valores que correspondem às capacidades de consumo atendidas pelos sistemas Cantareira e Alto Tietê, a ponto de secar. "Mesmo que chova dentro da média, as represas demorariam cinco anos para se recuperar das perdas", garante o especialista.
Matéria publicada originalmente no portal da Rede Brasil Atual.