Representantes da Grande São Paulo cobram o governo estadual a criar diretrizes em caso de adoção de rodízio; 'Não adianta fazer esse trabalho daqui a 60 dias', afirmou Haddad, após reunião com secretário estadual.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) foi cobrado nesta quarta-feira (28) por prefeitos da Grande São Paulo a criar imediatamente um plano de contingência diante da crise de abastecimento de água que atinge a metrópole.
Com isso, eles esperam ter as diretrizes de ações que deverão ser tomadas, caso seja instituído um rodízio de água na região. Uma das dúvidas é como serão atendidos órgãos públicos como escolas, hospitais e presídios.
"O cenário de dois ou três meses atrás, divulgado pelas autoridades, era que não faltaria água. Muita gente está desavisada da severidade da crise", disse o prefeito Fernando Haddad (PT). "Não adianta fazer esse trabalho daqui a 60 dias. Tem que começar já."
A reunião, fechada, ocorreu entre prefeitos e representantes de 30 municípios e o secretário estadual de Recursos Hídricos, Benedito Braga.
O grupo pediu ainda um comitê de emergência que envolva prefeitos e Sabesp. Outro ponto criticado foi a comunicação da empresa, que, para eles, falha ao informar o tamanho da crise. "Não podemos receber uma notícia como a do rodízio pela televisão", reclamou Carlos Grana (PT), prefeito de Santo André.
Na saída do encontro, o secretário Braga disse que, se for adotado, o rodízio não ocorrerá "do dia para a noite". "Se vier a acontecer, todos serão avisados com antecedência."
Segundo prefeitos, Braga se comprometeu a dar uma resposta em até dez dias.
Na mesma reunião, os prefeitos também concordaram em encaminhar às câmaras municipais de suas cidades projetos de lei para que moradores que desperdiçarem água recebam multas.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo