IRBEM: Satisfação do paulistano com educação pública segue baixa

Por Fecomercio SP

A educação pública na cidade de São Paulo é vista pelos paulistanos como o segundo serviço de maior importância, atrás apenas de saúde, mas segue avaliada com baixa satisfação pela população.

Os dados são da pesquisa anual Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), encomendada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com a Rede Nossa São Paulo e realizada pelo IBOPE Inteligência. O levantamento, que está na sua sexta edição,  tem por objetivo coletar informações que possam ser utilizadas pelo Poder Público e pela sociedade civil na formulação de ações que visem o bem-estar das pessoas que moram na capital paulista. O IRBEM 2014  é de 5,1, em uma escala que varia de um (insatisfação total) a dez (satisfação total).

A pesquisa mostra que a satisfação com a educação pública marca nota média de 4,5, a mesma de 2013 e a pior da série histórica, seguindo trajetória de declínio. A área ficou em 15º no ranking de satisfação composto por 25 áreas.

Avanço

Entre os pontos que compõem a análise sobre educação, a única variação significativa se deu na percepção dos entrevistados sobre o envolvimento das famílias na educação dos filhos, que atinge 4,8. Apresentam avanços as percepções sobre formação e condições de trabalho e estudo dos profissionais de educação, adequação da formação educacional para o acesso ao mundo do trabalho, além de promoção da cidadania e da democracia na educação. Apesar dos avanços em relação a 2013, as notas dos itens são piores do que as apresentadas nos anos anteriores.

Em contrapartida, a satisfação quanto ao acesso ao ensino superior de qualidade atinge 4,6, enquanto na percepção sobre o respeito, valorização e reconhecimento aos profissionais de educação a nota é 4,1. Ambas registram as menores notas da série histórica.

A satisfação dos moradores com a quantidade de vagas em creches, pré-escolas e escolas em locais próximos a sua moradia mantém-se estável em 2014, com média de 4,3.

A região Norte 2, que compreende os distritos de Anhanguera, Brasilândia, Cachoeirinha, Casa Verde, Freguesia do Ó, Jaraguá, Limão, Perus, Pirituba e São Domingos obtém nota 3,6. E a segunda pior avaliação, com 4,1, é a região Sul 2, que compreende os distritos de Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Grajau, Jardim Angela, Jardim São Luis, Marsilac, Parelheiros, Pedreira, Socorro e Vila Andrade.

A educação na sociedade

A educação figura entre as medidas que merecem investimento para diminuir a violência. Melhorar a educação para jovens de baixa renda é citado por 25% dos paulistanos e fica em 4º lugar.

De acordo com a pesquisa IRBEM 2014, o serviço educacional paulista está enquadrado na lista de prioridades, já que tem alto grau de importância para os moradores, mas apresenta baixo nível de satisfação. Com o alerta, a intenção é que o serviço seja trabalhado com prioridade na melhoria das políticas públicas da cidade. Também são vistas como prioridades a saúde, habitação, segurança e mobilidade urbana.

Uso e qualidade dos serviços educacionais públicos

Mais paulistanos passam a frequentar os ensinos fundamental e médio, a educação infantil e as creches públicas em 2014 voltam a patamar semelhante ao observado em 2012.

Na avaliação da qualidade desses serviços, as notas mantêm-se acima da média (que é de 5,5). Porém, a maioria das pontuações apresenta recuo em comparação com 2013, com variações negativas para a qualidade das creches (de 7,3 para 7,1), da educação infantil (6,8 para 6,7), do ensino fundamental (de 6,5 para 6,4) e da educação de jovens e adultos (de 6,7 para 6,2). Apresentam melhora na qualidade a educação especial (de 6,0 para 6,6) e o ensino médio (de 6,4 para 6,5).

A facilidade para acessar esses serviços também fica acima da média e, dos seis itens, apenas um – ensino de jovens e adultos – apresenta recuo na satisfação.

A pesquisa IRBEM  2014 foi realizada de 24 de novembro a 8 de dezembro de 2014. Foram entrevistados 1.512 moradores com 16 anos ou mais. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Matéria publicada originalmente no porta da Fecomercio SP.
 

 

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