Nível é de epidemia em Catanduva, Sorocaba e Campinas; Trabiju tem 235 pessoas doentes e 14 mil casos por 100 mil habitantes.
Por José Maria Tomazela
Trabiju, na região central de São Paulo, mantém a liderança em casos de dengue por habitante no País, conforme boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta sexta-feira, 13. A cidade de 1.650 habitantes aparece com 235 pessoas doentes, índice de 14.242,4 casos por 100 mil habitantes até o dia 7 deste mês. Além disso, o Estado lidera em casos em todos os níveis populacionais, com níveis de epidemia, e um município já chegou a relatar seis mortes em um só dia.
Próxima da cidade paulista, em segundo lugar no ranking nacional, aparece São João do Caiuá, no Paraná, com 837 casos e índice de 13.848,4/100 mil. Considerando as cidades pequenas, com até 100 mil habitantes, além de Trabiju o Estado aparece em terceiro lugar, com Paraguaçu Paulista (3.830 casos e índice de 8.596,1 doentes por 100 mil), e em quarto, com Florínea (221 casos e índice de 7.834,1 infectados por 100 mil).
Na faixa de 100 mil a 499 mil, outra cidade paulista, Catanduva, lidera o ranking, com 8.264 casos e coeficiente de 6.953,1 doentes por 100 mil moradores. Na faixa das cidades com população de 500 mil a 999 mil, a liderança é de Sorocaba, com 6.485 casos e índice de 1.017,8 doentes por 100 mil. Campinas, também no interior de São Paulo, lidera o ranking das cidades com mais de 1 milhão de habitantes, com 6.955 doentes e coeficiente de 602,4 casos por 100 mil moradores. Em todos os casos, a doença é considerada epidêmica.
Segundo o Ministério da Saúde, chega-se ao nível de epidemia quando o índice de pessoas doentes ultrapassa 300 casos por 100 mil habitantes. Entre as grandes metrópoles, esse nível só é atingido por Goiânia, com 7.608 casos (índice de 538,7 infectados por 100 mil habitantes). Mas, no ranking de cinco maiores registros nessa faixa, além do Recife, já aparecem em alerta Guarulhos (61,1 por 100 mil) e a capital paulista, com 71,4 casos por 100 mil.
Mortes
São Paulo já lidera em número de mortes no País, 35 de 52, mas os registros devem piorar, pois mais cidades já relatam mortes após o período analisado pelo ministério.
A prefeitura de Águas de Lindoia, na região de Campinas, confirmou na quinta-feira que a dengue causou a morte de uma mulher de 46 anos, no fim de fevereiro. Até então, o óbito considerado suspeito. Com essa, sobem para seis as mortes confirmadas por dengue no município em um único dia.
Na mesma região, a dengue foi confirmada como causa de duas mortes em Mogi Mirim. As vítimas são mulheres, uma delas com 28 anos, a outra com 69. A Secretaria da Saúde de Bauru, na região noroeste, também havia confirmado na quinta três mortes por dengue, todas ocorridas neste mês. Dois dos pacientes estavam internados em hospitais particulares. A terceira vítima, um homem de 74 anos que se tratava na rede pública, foi confirmada no dia 10.
Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo