Por Fecomercio SP
Medo da violência em geral, de assalto e roubo, descontentamento com a segurança na cidade, iluminação pública e ronda policial são apenas alguns fatores que contribuem para a alta taxa de sensação de insegurança na cidade de São Paulo e para o menor nível de satisfação do paulistano com a área.
As constatações são obtidas por meio da pesquisa anual Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), que está em sua sexta edição, encomendada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com a Rede Nossa São Paulo e realizada pelo IBOPE Inteligência.
O levantamento tem por objetivo coletar informações que possam ser utilizadas pelo Poder Público e pela sociedade civil na formulação de ações que visem o bem-estar das pessoas que moram na capital paulista. O Índice de Bem Estar da Cidade de São Paulo em 2014 é de 5,1, em uma escala que varia de um (insatisfação total) a dez (satisfação total).
Dentro dessa escala, o nível de satisfação média do paulistano com a segurança da cidade 2014 é de 3,8 ante aos 3,9 de 2013, aproximando-se mais da base de insatisfação e marcando a menor nota da série histórica para a área. Com o resultado, a segurança ocupa o penúltimo lugar no ranking de satisfação geral do paulistano, composto por 25 áreas, ficando à frente apenas de transparência e participação política.
As regiões mais vulneráveis da periferia são as com maior insatisfação. A Norte 2, composta pelos distritos de Anhanguera, Brasilândia, Cachoeirinha, Casa Verde, Freguesia do Ó, Jaraguá, Limão, Perus, Pirituba e São Domingos, tem nota 3,0, quase um ponto abaixo da média geral desse indicador (3,8). Outra região, a Sul 2, que engloba os distritos de Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Marsilac, Parelheiros, Pedreira, Socorro e Vila Andrade, alcança nota 3,4.
Área prioritária
No entanto, apesar do baixo grau de satisfação com a área, ela é considerada, na pesquisa, a sexta mais importante para contribuir com a qualidade de vida na cidade. Esse descompasso entre o baixo grau de satisfação e o alto nível de importância coloca a segurança no quadro de prioridades a serem trabalhadas por políticas públicas, de acordo com o levantamento.
Entre os sete aspectos que compõem a análise sobre a satisfação do paulistano com a segurança, apenas um melhora e outro permane estável. A variação positiva é registrada na percepção sobre a qualidade e humanização do atendimento dos policiais, agora com nota média de 4,0. A avaliação sobre a remuneração dos policiais mantém-se em 3,7.
A pior percepção dos moradores fica para a segurança na cidade, que tem nota média de 3,3. Satisfação com a iluminação pública está em 4,8, ronda policial em 3,6 e segurança no bairro 3,5.
Sensação de insegurança
Apesar de a sensação de insegurança ter reduzido de 93% para 89% em 2014, a parcela de moradores que informaram se sentir pouco ou nada seguros permanece elevada.
Entre os fatores que resultam nessa alta taxa, o principal temor do paulistano se dá com a violência em geral na cidade, citada por 67% dos entrevistados, abaixo dos 72% de um ano antes. Já o medo de assalto ou roubo sobe, sendo mencionado por 66% dos moradores, acima dos 60% de 2013. Essas duas situações têm sido as que mais causam medo nos moradores desde 2008, se alternando na liderança do ranking.
O receio do paulistano com o tráfico de drogas também cresce, de 34% para 41% dos entrevistados, assim como sair à noite tem sido trazido medo para mais moradores, agora 37% (ante 27% do ano anterior).
Combate à violência
Para reduzir a violência na capital paulista, a estratégia mais citada é aumentar o número de policiais na rua, segundo 33% dos paulistanos (superior aos 29% de 2013). Combater a corrupção na polícia e nos presídios é citado por 30% (ante 24% em 2013), enquanto 26% sinalizaram o combate mais severo ao tráfico de drogas (eram 23% no ano anterior).
Nível de confiança
A Polícia Militar de São Paulo perde a confiança de parcela considerável dos moradores da capital: 39% afirmam confiar na organização, abaixo dos 47% de 2013. A confiança no Poder Judiciário varia de 34% para 31% dos moradores.
Acesso à segurança pública
A pesquisa mostra que 70% dos entrevistados afirmam ter delegacia ou posto policial próximo de casa, parcela inferior aos 78% de um ano antes, sendo o menor percentual desde 2008. O levantamento mostra, ainda, que 67% têm ronda policial por perto (ante 69% em 2013) e 62% vivem próximos a rondas escolares (eram 63% no ano anterior).
A sexta edição da pesquisa IRBEM foi realizada de 24 de novembro a 8 de dezembro de 2014. Foram entrevistados 1.512 moradores com 16 anos ou mais. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Matéria publicada originalmente no portal da Fecomercio SP.