Iniciativa foi lançada na terça (31/3) pelo Conselho da Cidade. No evento, o prefeito assinou decreto que institui mínimo de 50% de representação de mulheres nos conselhos municipais.
Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo
Foi lançada na terça-feira (31/3), durante a reunião do Conselho da Cidade, a campanha “Sou Cidadão Paulistano”. A iniciativa visa estimular a população paulistana a se apropriar da cidade, exercendo sua cidadania e se engajando em ações que beneficiem a coletividade.
A campanha foi elaborada pelo Grupo Temático (GT) Cultura Cidadã do Conselho da Cidade, a partir de uma proposta apresentada pela Rede Nossa São Paulo.
“A ideia é que cada um de nós assuma a responsabilidade e seja um cidadão dessa cidade, com direitos e deveres”, argumentou Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo. “Se conseguíssemos que todos se preocupassem com a cidade, ela iria melhorar muito”, complementou.
De acordo com Grajew, para participar da campanha cada organização da sociedade civil ou cidadão poderá escolher “o tema que lhe é mais caro”.
Ele citou um exemplo de tema. “Imagine você, se o paulistano não jogasse lixo na rua, o que a cidade poderia fazer com o dinheiro gasto para varrer e recolher o lixo.” Um dos adesivos sugeridos pela campanha é: “Eu não jogo lixo na rua – Sou Cidadão Paulistano”.
Segundo o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro, a Prefeitura gasta anualmente cerca de R$ 2 bilhões em varrição e coleta de lixo na cidade.
Para o prefeito Fernando Haddad, a iniciativa é fundamental e pode se estender para diversos setores da vida comunitária, contribuindo para mudar a cultura do paulistano. “Em Tóquio não tem lixeira, pois o morador acha que nem na lixeira ele deve jogar o seu lixo”, comparou, antes de complementar: “Se o pessoal aqui [em São Paulo] jogasse na lixeira, já seria um grande avanço”.
A campanha foi feita voluntariamente pela Agência Peralta e já possui diversos temas à disposição dos interessados, entre os quais “Eu economizo água”, “Eu pego carona”, “Eu reciclo meu lixo” e “Eu respeito o pedestre”.
Empresas, organizações da sociedade civil, órgãos da administração pública e cidadãos que desejem participar da campanha devem baixar o Manual da Campanha.
Outras ideias e sugestões podem ser enviadas para o e-mail conselhodacidade@prefeitura.sp.gov.br.
Conselhos terão, no mínimo, 50% de mulheres
Durante a reunião do Conselho da Cidade, o prefeito Fernando Haddad assinou decreto que regulamenta Lei 15.946, estabelecendo que os conselhos municipais de participação social deverão ter, no mínimo, 50% de representação de mulheres. A lei é de autoria do ex-vereador e agora, deputado federal, Orlando Silva (PC do B).
Com a aplicação da lei, os novos conselhos municipais que serão criados na cidade ou as eleições e indicações para novos mandatos de conselheiros em grupos já existentes terão de respeitar a paridade de gênero. Conselhos já instalados deverão cumprir os mandatos dos conselheiros em andamento até o fim.
Na avaliação da secretária de Políticas para Mulheres, Denise Motta Dau, “a assinatura do decreto é um marco para a nossa cidade”.
O primeiro conselho a seguir a lei é o próprio Conselho da Cidade, que após dois anos de sua criação e o fim do mandato dos conselheiros indicados pelas entidades convidadas, teve sua composição reformulada e agora, conta com participação superior a 50% de mulheres, incluindo uma integrante travesti Aline Marques.
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