Na avaliação do secretário de Serviços, Simão Pedro, os cidadãos respondem positivamente ao uso da nova sacola biodegradável
Por Felipe Resk – O Estado de S. Paulo
Um mês após a nova Lei das Sacolinhas entrar em vigor, a Prefeitura de São Paulo registrou aumento de 12% na coleta de lixo reciclável na cidade. Ainda assim, as duas centrais mecanizadas de triagem continuam operando com volume bem abaixo da capacidade máxima.
"A informação da Loga e da Ecourbis (concessionárias de coleta seletiva) é que, neste último mês, houve aumento 12% do volume de recicláveis nas nossas centrais mecanizadas", disse Simão Pedro, secretário municipal de Serviços, na manhã desta terça-feira, 5.
Para ele, a alta estaria relacionada ao uso da nova sacola biodegradável, que facilita a coleta seletiva. "Isso é uma notícia boa porque o cidadão está respondendo positivamente", afirmou secretário, após entrevista à Rádio Estadão em que tirou dúvidas sobre o tema.
A Lei das Sacolinhas foi criada em 2011, na gestão Gilberto Kassab (PSD), mas só entrou em vigor no último dia 5 de maio, há exatamente um mês.
A determinação proíbe o comércio de distribuir as sacolas tradicionais, de cor branca, e prevê a substituição delas por dois novos modelos: verde, destinado para o descarte de itens recicláveis, e cinza, para o descarte dos demais resíduos, incluindo orgânico, papel higiênico, fralda e absorventes.
O lixo descartado nas sacolas verdes deve ser recolhido por caminhões da coleta seletiva e levado para as centrais de triagem, cada uma com capacidade para processar 250 toneladas de resíduos sólidos por dia.
Antes de a lei passar a valer, cerca de 120 toneladas de recicláveis chegavam diariamente até as centrais. A partir de abril, segundo o secretário Pedro Simão, esse número aumentou para cerca de 135 toneladas por dia – o que representa apenas 27% da capacidade somada dos equipamentos.
"O balanço é positivo, muitos estabelecimentos já estão distribuindo a nova sacola. Agora temos de trabalhar para que todos consigam se adequar e a gente tenha a sacolinha como instrumento de educação ambiental e não como uma vilã", afirmou o secretário.
Multas
A lei municipal também prevê aplicação de multa para comércio que distribuir sacolas proibidas ou cidadão que faz o descarte incorreto. Ao comentar o balanço, no entanto, Simão Pedro disse não saber informar quantas notificações ou multas já foram aplicadas.
"Eu não tenho um balanço da aplicação de multas, até porque essa não é a nossa preocupação central. Não queremos ter um Prefeitura policial ou coisa parecida", disse.
De acordo com dados da Secretaria de Serviços, cerca de 32% das residências da capital ainda não dispõem de coleta seletiva e, consequentemente, não podem ser cobradas pela nova regra da Prefeitura.
Matéria publicada originalmente no estadao.com.br.