Nota
COLETIVO DE LUTA PELA ÁGUA
O Coletivo de Luta pela Água manifesta seu repúdio à ocupação realizada pelo Exército Brasileiro na sede central da Sabesp no dia 27 de maio passado. Foram cerca de 70 militares armados que estudavam o perímetro e o interior das dependências da empresa "para uma eventual necessidade de ocupação, em caso de crise", segundo o comunicado interno enviado pela companhia aos seus funcionários. Segundo noticias veiculada na imprensa, o Exército considera esta operação no contexto de segurança nacional e qualifica a sede da Sabesp como "área estratégica".
Essa ação do exército acontece um mês depois do Comando Militar do Sudeste, que abrange todos os Comandos e Forças com sede em São Paulo, ter organizado uma palestra sobre planejamento e estratégia com o tema “o problema de abastecimento de água para consumo no Estado de São Paulo” como único assunto. O evento, contou com a presença do diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
Esta manobra combinada entre a Sabesp e o Exército, indica que há uma gravidade na crise de abastecimento de água, embora a empresa e o Governo Alckmin escondam da população o acontece de fato.
Essa postura reforça nossa convicção de que os dirigentes da Sabesp e o Governo do Estado continuam tratando a crise sem transparência, sem garantir participação social e sem ter em conta os reais interesses da população.
O Coletivo de Luta pela Água reforça sua posição de que a única saída para a essa situação passa pelo respeito à democracia, pela participação dos movimentos populares, sociais, sindicais, universidades, prefeitos e prefeitas para construírem um plano de emergência para o enfrentamento da crise que atenda aos interesses da maioria, em vez de mobilizar as forças do exército, como no tempo da ditadura. Essa atitude dá um sinal claro de que a situação pode piorar e, em vez de água, teremos repressão.
O Coletivo de Luta pela água não acredita que o governador Geraldo Alckmin esteja interessado em proteger a água para a maioria da população. Por isso, conclama a população a se organizar em comitês de luta pela água em cada bairro, escola, fábrica, e cidade para defende-la como um direito humano e não como uma mercadoria.
COLETIVO DE LUTA PELA ÁGUA