Via seria reaberta somente na segunda; para a Paulista, uma das ideias em estudo é barrar os carros em domingos alternados.
Por Juliana Diógenes e Rafael Italiani
Antes de determinar o fechamento definitivo do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, na região central da capital, a Prefeitura de São Paulo vai propor novo teste para avaliar o comportamento do trânsito na área. A interdição está prevista para o próximo sábado, quando a via pode ser fechada às 15 horas e devolvida aos automóveis somente na manhã de segunda-feira.
A experiência deve ser semelhante ao primeiro teste feito durante a Virada Cultural, no dia 20 de junho. Atualmente, o Minhocão fica bloqueado para carros a partir das 21h30 de sábado e é liberado às 6h30 da segunda-feira.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, deve apresentar a proposta nesta quarta-feira, 1º, em reunião com o Conselho da Cidade. No encontro, Tatto também vai discutir a possibilidade de implementar gradativamente o fechamento da Avenida Paulista. Estudos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam uma alternativa mais moderada: bloquear a via um domingo sim, outro não, das 10 às 17 horas – horário testado no último fim de semana, durante a inauguração da ciclovia.
A Prefeitura estuda ainda retirar, aos domingos, os automóveis da “rótula principal”, anel viário em torno da área crítica do centro. A ideia é restringir o acesso a veículos no perímetro circular que compreende as Avenidas Ipiranga e São Luís, o Viaduto Jacareí, a Rua Dona Maria Paula, as Praças João Mendes e Clóvis Beviláqua, a Avenida Rangel Pestana, a Rua da Figueira, o Parque D. Pedro e a Avenida Senador Queirós. A CET avalia o que será feito no cruzamento com vias que atravessam as fronteiras da rótula, como a Avenida do Estado e o Corredor Norte-Sul.
Fechamento
Tatto já havia sinalizado, no dia 20 de junho – quando a Prefeitura bloqueou o Minhocão mais cedo na Virada Cultural -, que quer fechar definitivamente o elevado a partir de julho. Na ocasião, o secretário afirmou existir “convicção” por parte do Município de que o fechamento da pista a partir das 15 horas do sábado até as 6h30 de segunda-feira “não traz grandes transtornos para a cidade”.
Questionado sobre adaptações para que a estrutura seja mais receptiva e adequada aos pedestres, o secretário afirmou que o Minhocão precisará de escadas e acessos para deficientes. Para andar sobre o elevado, é preciso usar os mesmos acessos dos automóveis. Diferentemente da Avenida Paulista, a via é de uso exclusivo de automóveis e motocicletas. Ônibus e caminhões não passam pelas pistas.
Também em julho, a Prefeitura vai inaugurar a ciclovia sob o Minhocão, que vai percorrer a Rua Auro Soares de Moura Andrade, as Avenidas São João e Duque de Caxias e chegará até a Rua Amaral Gurgel.
Paulista
Segundo Tatto, a proposta da Prefeitura é fornecer autorização aos moradores da Avenida Paulista para que entrem e saiam com carros de suas residências quando a via estiver fechada aos domingos. Isso já ocorre em corridas de Fórmula 1 no Autódromo de Interlagos, na zona sul. “Não há dificuldade técnica. A Paulista é o lugar que todos gostariam de ver sem carro aos domingos”, disse Tatto.
Durante a abertura da ciclovia na Paulista, o secretário declarou ser favorável ainda ao fechamento da Avenida Sumaré, na zona oeste da cidade. “Adoraria fazer a Sumaré, que é outro lugar que tem muito ciclista e pedestre. Qual é o critério? Você pegar os lugares que naturalmente já têm bastante gente e abrir para o pedestre”, explicou Tatto, na ocasião.
O prefeito Fernando Haddad (PT) deve receber até o fim desta semana um relatório da CET sobre o fechamento da Paulista para carros. Caso a Prefeitura opte pela interdição definitiva aos domingos, o Município vai consultar o Ministério Público Estadual (MPE).
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo