Prefeitos de todo o mundo participam de encontro no Sacro Colégio para discutir escravidão moderna e mudanças climáticas.
Por Secretaria Executiva de Comunicação
O prefeito Fernando Haddad cobrou que a agenda social carece da mesma atenção dedicada à agenda ambiental na comunidade internacional. "Sem o enfrentamento dos problemas da fome, da miséria e da escravidão moderna, não há como tratar da preservação do planeta". Ele fez esta afirmação em sua apresentação, hoje de manhã, no seminário internacional que se desenvolve na cidade estado do Vaticano, a convite do Pontifício Sacro Colégio de Ciências, para tratar do envolvimento dos prefeitos no combate à escravidão moderna e na preservação do meio ambiente.
Haddad cobrou a criação de uma agência internacional de desenvolvimento humano, com o mesmo destaque e recursos dos países desenvolvidos. Ressaltou que o Papa Francisco, com a Encíclica Laudato Si, religou duas agendas que estavam afastadas mas são indissociáveis. "Muitas vezes a agenda de meio ambiente contradita com a agenda social. Nem sempre estas duas agendas eram vistas como conciliáveis".
O Brasil viveu nos últimos anos um momento muito auspicioso na agenda ambiental. "Temos liderado discussões importantes, como o bio diesel, o metanol, a energia eólica e solar. Na agenda social, retiramos 40 milhões de brasileiros da miséria e outros 30 milhões tiveram acesso a cultura, saúde e educação públicas".
Haddad ressaltou que todos os prefeitos estão envolvidos na questão da salvação do planeta, com ações como a questão da mobilidade, da emissão de gases, a questão dos resíduos sólidos ou até mesmo questão da iluminação pública, com a utilização de modernas lâmpadas que economizam energia e aumentam a luminosidade das cidades. Mas antes de tratar dos efeitos do aquecimento global é preciso tratar do aquecimento local. "Nossas cidades viraram ilhas de calor, com todos os efeitos decorrentes, sobretudo de falta de água potável. Além disso, não podemos esquecer que hoje a maioria da população mundial vive nas cidades".
O prefeito de São Paulo disse ainda que a agenda ambiental leva vantagem no debate mundial. "Pois afeta pobres e ricos e todos os moradores do planeta. Todos serão afetados se o planeta se tornar mais aquecido. Mas os pobres serão mais afetados. Daí a relevância da universalidade, porque sabemos que a ação de cada um se revela na ação de todos".
Ouça a apresentação do prefeito Fernando Haddad.
Matéria originalmente publicada no portal da Prefeitura Municipal de São Paulo