Por KÁTIA KAZEDANI, DA REDAÇÃO – Câmara Municipal de São Paulo
A população de Perus, noroeste de São Paulo, sinalizou neste sábado (29/8) durante audiência pública na região para a necessidade de o projeto de revisão do Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – zoneamento – garantir que as áreas previstas para a instalação de indústrias sejam mantidas.
De acordo com a proposta, em tramitação na Câmara, os distritos que compõe essa subprefeitura têm território de ZPI (Zona Predominantemente Industrial) – áreas destinadas à implantação de usos diversificados onde a preferência é dada à atividades industriais e não residenciais.
“Defendemos a geração de renda porque a nossa região é uma das que tem menos emprego em São Paulo. O zoneamento do jeito que está definido muda a forma como Perus foi desenvolvendo, trazendo o emprego para perto”, declarou o morador de Perus Paulo Rodrigues dos Santos.
Apesar de concordar com a necessidade de se manter as áreas de ZPI em Perus, a moradora da região Luana de Moraes defende que alguns territórios precisam ser mantidos como áreas de preservação. “No Sítio Areião temos muitos terrenos grandes, árvores e produção rural. Não somos contra o desenvolvimento, mas tem alguns locais que precisam ser mantidos o zoneamento”, declarou.
O vereador José Police Neto (PSD) defendeu que o projeto tenha pequenos ajustes e garanta que as empresas venham para Perus. “Temos muitos empreendimentos que estão na irregularidade por conta do zoneamento. Precisamos reconhecer os terrenos do jeito que eles foram se constituindo para produzir riqueza para a região. Para isso, o desenho precisa ser revisto”, afirmou.
O vereador Toninho Vespoli (PSOL) concorda com as demandas apresentadas. “É preciso trazer renda para a região e garantir a regularização dos comércios e das moradias”, explicou.
Durante a audiência pública, um grupo entregou um manifesto assinado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais pedindo que todas as áreas grafadas como Zepam (Zona Especial de Proteção Ambiental) e de Zeis (Zona Especial de Interesse Social) sejam mantidas, que o mapa aponte demarcações de terras indígenas, a manutenção dos limites da zona rural e que não seja permitido nenhum empreendimento com potencial gerador de impacto socioambiental nas áreas produtoras de água remanescente de Mata Atlântica na região.
O relator do projeto, vereador Paulo Frange (PTB), considera fundamental conseguir atrair fábricas para Perus e garantir a preservação do verde. “Precisamos compatibilizar o uso da indústria no local correto para garantir o desenvolvimento econômico sem agressão ao verde. Porque o território tem muitas pessoas residindo e tendo que ir trabalhar longe”, disse.
Clique aqui para saber mais sobre as discussões do zoneamento e veja o projeto na íntegra.
Matéria publicada originalmente no portal da Câmara Municipal de São Paulo.