São Paulo usará ‘aspirador italiano’ em dez pontos críticos de enchente

Uma máquina italiana é a aposta da gestão Fernando Haddad (PT) para tentar livrar das enchentes no próximo verão os dez principais pontos de alagamento da cidade.

Trata-se de um caminhão com capacidade não só para desobstruir as galerias que recebem água da chuva como para aspirar tudo aquilo que impede a passagem da água num dia de tempestades.

Os dez pontos escolhidos para recebê-lo são os recordistas de enchentes nos períodos de chuvas (novembro a abril) dos últimos cinco anos.

Com 47 alagamentos acumulados, a Radial Leste, na altura do viaduto Guadalajara, está no topo da lista, que também inclui a rua Turiassu, na zona oeste, além de pontos da marginal Pinheiros nas regiões sul e oeste.

Em funcionamento desde 2012, esse equipamento foi usado antes na marginal Tietê, onde as enchentes reduziram de 313 para 75 a quantidade de pontos de alagamento entre os anos de 2014 e 2015, segundo Luiz Antonio de Medeiros, secretário de Coordenação de Subprefeituras.

"Funcionou. Agora vamos concentrar nesses novos pontos críticos", afirmou.

A prefeitura paga cerca de R$ 100 mil mensais para cada um dos quatro caminhões, dotados de câmeras que entram nas galerias para detectar os entupimentos.

Vassoura D'água

A operação da máquina permite que prestadores de serviço nem sequer toquem na sujeira das galerias, que acumulam inclusive blocos de concretos -consequência da "nata de cimento" que vaza de caminhões do tipo betoneira e vai direto para as sarjetas. O destino final: galerias e rios da cidade.

Na primeira etapa de funcionamento, uma mangueira gigante com uma espécie de broca na ponta é colocada na galeria, despejando um potente jato de água, que faz desobstrução do espaço.

Na segunda, a mesma mangueira "puxa" a sujeira para dentro do caminhão, por meio de mais jatos, só que no sentido contrário, funcionando como uma vassoura.

Por sucção, toda a sujeira e a água são levadas para dentro de um tanque em cima do caminhão. Ali, o entulho é separado da água, que será reutilizada ao longo do dia. Já os resíduos são levados para aterros da Grande SP.

Responsável por trazer a máquina da Itália, o engenheiro Danielle Pedretti diz que o equipamento ainda permite economia de 80 mil litros de água por dia (porque ela é reaproveitada). Cada máquina custa R$ 2,5 milhões. 

Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo

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