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Nem o vento frio e o céu nublado desanimaram os frequentadores da avenida Paulista neste domingo (18). Fechada para carros, a via foi se enchendo de ciclistas e pedestres ao longo dia, que aproveitavam o espaço para fazer piqueniques e shows.
O início do dia foi morno mas, por volta das 14h, a avenida estava lotada de pessoas que aproveitavam a tarde de domingo no local –algumas, sentadas em cangas de praia.
"É como se fosse o quintal de casa", diz a turismóloga Fabiana Ribeiro, 36, moradora da rua Bela Cintra, na região da Paulista, que fazia um piquenique com amigos.
Daniel Chabod, 68, aproveitou o evento para levar três colegas franceses para fazer turismo. "Em Paris, nós temos muitas vias fechadas para carros nos finais de semana, para mim não é estranho, pelo contrário, é genial", diz.
Para o publicitário Guilherme Yotta, 24, frequentar a avenida livre de carros aos domingos é "a criação de um novo hábito" para a cidade. Com isso, porém, outras questões começaram a aparecer. "Se fosse mais limpa, seria mais agradável", afirma.
De DJs a violoncelos, muitos músicos aproveitaram o espaço livre para fazer apresentações.
Os shows atraíam quem passava pelo local, formando aglomerações em diversos pontos de pessoas dançando e batendo palmas.
Um dos grupos que chamavam atenção era o Coletivo Matias 92, com a discotecagem do servidor público e DJ Felipe Teixeira.
"Aqui é a nossa praia, mas só agora começamos a pensar a Paulista desta forma. Percebemos que falta verde, que a Avenida não é tão limpa, e vemos o que precisa ser feito para melhorar o acesso para as pessoas", afirma Andreza Galli, 29, também funcionária pública e membro do coletivo.
Além dos jovens, muitas famílias com crianças passaram a tarde deste domingo no local. Outros levaram cães para passear.
Um outro público atraído pelo fechamento da avenida são os vendedores ambulantes. Muitos aproveitavam a aglomeração de pessoas para vender seus produtos.
TRÂNSITO
O trânsito na Alameda Santos está mais lento neste domingo (18) devido ao fechamento da avenida Paulista para carros. Em nenhum momento, porém, foi registrado congestionamento.
Ainda assim, o clima entre quem anda de carro nas vias paralelas à Paulista é tenso. Muitos motoristas reclamam e fazem ofensas aos agentes de trânsito da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que preferiram não se manifestar.
O técnico em informática Pedro Nunes, 50, estava de carro e se diz contra o fechamento da avenida. "A prefeitura deveria incentivar o uso dos espaços públicos como parques, e não vias. É uma vergonha isso aí. Para mim, é polemizar", afirma.
TRANSPORTE
Com o bloqueio total da via (da praça Osvaldo Cruz à rua da Consolação), ônibus tiveram o itinerário alterado para as vias adjacentes. O metrô funciona normalmente. O cruzamento da avenida Brigadeiro Luis Antonio permanece aberto, permitindo a travessia de veículos entre a Bela Vista e os Jardins.
Como parte do programa Rua Aberta, outras duas vias na periferia também foram fechadas neste domingo –a rua Benedito Galvão (na altura da Praça Albino Francisco de Figueiredo), em Aricanduva (zona leste), e a avenida Luiz Gushiken, em M'Boi Mirim (zona sul).
Matéria publicada originalmente no portal Uol.
Confira também reportagem da Globo News "Av. Paulista fecha para carros aos domingos e atrai centenas de pessoas"