Segundo a prefeitura, algumas ações já estão sendo colocadas em prática, mas documento completo ainda não foi apresentado
Por Adamo Bazani (com ANTP e Mova-se), do blog Ponto de Ônibus
Exigência prevista na lei 12.587/12, o Plano de Mobilidade de São Paulo vai ser apresentado oficialmente no próximo dia 10 de dezembro, o que representa um atraso e uma boa notícia. Não se trata do PlanMob 2015, que já foi lançado, mas do planejamento para os próximos 15 anos.
Boa notícia pelo fato de o plano ter sido finalmente elaborado e pelo fato de uma cidade como São Paulo precisar ter um planejamento com ações integradas. Atraso porque de acordo com lei, todas as cidades com 20 mil habitantes ou mais deveriam ter seus planos já prontos em abril deste ano. Outros municípios sequer apresentaram as propostas e já há movimentações para que os atrasos sejam “perdoados”: o projeto de Lei 7898/14, do deputado Carlos Bezerra, quer prorrogar este prazo para abril de 2018.
Segundo o assessor especial da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo, Josias Lech, boa parte do Plano de Mobilidade da cidade já está em execução. Ele citou a criação das ciclovias, reformas de calçadas e a ampliação de espaços para os ônibus, em especial das faixas à direita.
Lech disse que além da valorização do pedestre e da prioridade ao transporte coletivo por ônibus, de competência municipal, a prefeitura já levando em conta as expectativas da ampliação da oferta de transportes por trilhos, com cuidados nessa área em relação aos transportes de cargas, que fazem parte da mobilidade urbana (o transporte de passageiros por trem é de responsabilidade do estado).
O técnico reiterou que os deslocamentos individuais motorizados não podem ser prioridade, mas negou que o transporte por carros seja perseguido ou deixado de lado: “Não se vira as costas para o carro, para a motocicleta. Nós precisamos que o carro seja melhor utilizado. Precisamos que as pessoas se conscientizem do uso racional dele [carro] para o bem de todos, por meio da democratização do espaço, por meio da diminuição das emissões de gases poluentes, por bem dele próprio, o dono do carro. O carro é respeitado mas, nas prioridades, ele está em último lugar”, disse.
Mais informações no site da ANTP: http://www.antp.org.br/website/noticias/show.asp?npgCode=91B1C40F-9E5E-4164-87E0-FC4CD66D245D
*Adamo Bazani é jornalista especializado em transportes
Matéria publicada originalmente no blog Ponto de Ônibus.
