Por Fábio Takahashi
O número de escolas ocupadas em protesto contra a reorganização da rede paulista cresceu de 108 para 151 entre segunda e terça-feira (24) –primeiro dia de aplicação do Saresp, exame estadual de avaliação do ensino.
Ou seja, houve crescimento de 40% na quantidade de colégios ocupados por estudantes (em alguns há também sem-teto). A rede possui cerca de 5.000 unidades. A contabilização é feita pela Secretaria de Educação da gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
O Saresp é uma prova anual, usada para avaliar a situação da rede e balizar o pagamento de bônus a servidores. Nas unidades ocupadas, a prova não é aplicada.
O exame será finalizado nesta quarta-feira (25).
A Secretaria de Educação diz que ainda estuda como será feito o pagamento de bônus para os servidores dos colégios sem a avaliação.
A Apeoesp (sindicato docente) e alunos pregam o boicote à prova, como retaliação à reorganização das escolas proposta pelo governo.
A gestão Alckmin pretende transferir 310 mil alunos de escola ano que vem, para que os colégios concentrem alunos de séries semelhantes. Com a movimentação, 92 unidades serão fechadas.
A pasta afirma que a mudança ajudará na gestão dos colégios e evitará desperdício, pois há unidades com poucos estudantes.
A medida tem sido criticada por diversas entidades, como as faculdades de educação da Unicamp e da USP, que veem na medida apenas o objetivo de economia. A ONG Cenpec apontou o transtorno que as famílias terão com a mudança de colégios.
A Justiça negou a reintegração de posse dos colégios, pedida pelo governo.
A Secretaria de Educação diz estar aberta ao diálogo.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo