SP 2030: Mobilidade urbana abre o Ciclo de Debates na Câmara

DA REDAÇÃO – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Mobilidade urbana foi o tema de abertura do Ciclo de Debates SP 2030, realizado nesta segunda-feira, na Câmara Municipal, onde especialistas e representantes da sociedade discutiram soluções para a cidade de São Paulo para os próximos 15 anos.

Representando a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), a presidente da Comissão Técnica da Mobilidade a Pé e Acessibilidade da ANTP, Maria Ermelina Malatesta, acredita que entre os tipos de transporte não motorizados, apenas o cicloviário teve uma melhora. “A rede de transportes a pé é a mais abandonada, a mais esquecida e é o transporte mais difícil de ser utilizado. Para que melhore, precisamos da aplicação da lei. A gente tem uma legislação boa referente às calçadas, mas não devemos considerar só ela. Também há as travessias, que precisam ser bem sinalizadas, ter um tempo de travessia bem distribuído entre o modal motorizado e o não motorizado”, afirmou.

Segundo Maria Ermelina, o meio de transporte mais praticado nas cidades brasileiras é justamente a caminhada. Uma média de 36% da população resolve a maioria de suas coisas a pé. Em uma cidade como São Paulo, ele responde por 33%, ou seja, um terço dos moradores. Os dados são da ANTP.

Outro especialista que participou do debate foi Ciro Biderman, estudioso na área de políticas públicas para o transporte da Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Se a gente mantiver as políticas que começaram nos últimos quatro anos em relação ao transporte, acho que vamos ter diversos avanços. O que São Paulo está fazendo em relação a ciclovias, por exemplo, é uma tendência em outras cidades do mundo”, salientou.

Para Biderman, o transporte individual motorizado, com 1,4 passageiro por veículo, é insustentável em todos os aspectos, não somente em relação à sustentabilidade ambiental. “Acredito que nos próximos 15 anos a gente deva diminuir a parcela de usuários do transporte individual particular e aumentar a do transporte público individual, como o cicloviário, os táxis e suas novas modalidades, e o transporte coletivo”, complementou.

Presente no debate do SP 2030, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato (PT), ressaltou que, como estamos em ano de eleições municipais, as discussões entre candidatos e partidos tendem a ficar focadas somente nos próximos quatro anos. “Queremos fazer uma discussão para além de quatro anos. A Câmara quer contribuir para esse debate com um horizonte maior de tempo. É preciso desenhar nesse período quais seriam as políticas necessárias a serem implantadas na mobilidade, na sustentabilidade, para que a gente tenha uma cidade menos desigual”, disse.

Mediador do debate, o diretor-presidente da Escola do Parlamento, Christy Pato, salientou que essa marca temporária de 15 anos aproveitava também o fim da vigência do Plano Diretor Estratégico e da Lei de Zoneamento.

Veja as datas e os temas dos outros seminários:

25/04 – SP Cidade do Conhecimento (sobre conhecimento e inovação)

23/05 – SP Menos Desigual (sobre desigualdades sociais)

20/06 – SP Cidade Sustentável (crescimento sustentável)

04/07 – SP Megacidade (governança metropolitana)

Matéria publicada originalmente no portal da Câmara Municipal de São Paulo.
 

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