Cartas-compromisso do Programa Cidades Sustentáveis e do Programa Cidades do Esporte foram assinadas por Ricardo Young, Luiza Erundina e João Doria Júnior.
Por Airton Goes, Rede Nossa São Paulo
Três pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo assumiram compromissos com o desenvolvimento sustentável e com a ampliação das políticas públicas para a prática de esportes na cidade.
As cartas-compromisso do Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e do Programa Cidades do Esporte foram assinadas por Luiza Erundina (PSol) e Ricardo Young (Rede Sustentabilidade), durante evento realizado nesta segunda-feira (23/5). Marcos Campagnone, que representou João Doria Júnior (PSDB) no encontro, trouxe os documentos subscritos pelo pré-candidato tucano.
Promovida pela Rede Nossa São Paulo, Programa Cidades Sustentáveis e ONG Atletas pelo Brasil, a atividade contou ainda com apresentações do novo Guia GPS – Gestão Pública Sustentável e do “Manifesto por uma São Paulo para todas as crianças e todos os adolescentes”.
Na abertura do encontro, o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis, Oded Grajew, destacou a importância do evento, tendo em vista que o prefeito eleito – ou a prefeita eleita – terá de apresentar um programa de metas em até 90 dias após a posse. “O programa de governo e as ideias apresentadas na campanha eleitoral terão que estar no programa de metas”, argumentou.
Segundo ele, o objetivo da atividade, realizada no CineSala, em Pinheiros, foi contribuir com ideias e propostas para os pré-candidatos.
Grajew informou aos participantes que os principais postulantes ao cargo de prefeito da capital paulista foram convidados, relatando, em seguida, a resposta que os organizadores do evento receberam de cada um deles.
Em seguida, os participantes do evento e os pré-candidatos assistiram ao vídeo do Programa Cidades Sustentáveis.
Na sequência, o coordenador executivo do Programa Cidades Sustentáveis e da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, fez uma breve apresentação do novo Guia GPS – Gestão Pública Sustentável.
O novo Guia GPS, cuja versão online está disponível no portal do PCS, já está adequado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS/ONU.
Broinizi explicou, com exemplos práticos, as ferramentas que a plataforma do PCS coloca à disposição de todos os pré-candidatos a prefeito, que inclui o novo GPS, os indicadores de gestão e o banco de boas práticas.
Ana Moser, diretora presidente da ONG Atletas pelo Brasil, relatou o trabalho desenvolvido pela organização, desde 2006. “Nosso objetivo é ter no Brasil um número cada vez maior de pessoas que se beneficiam do esporte”.
Ela registrou que o esporte precisa ser visto também como “identidade, cultura, educação, saúde, utilização dos espaços públicos e convivência”.
Apesar de o Brasil estar vivenciando a fase final de “uma década esportiva” – com a Copa do Mundo, os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos –, na avaliação da ex-atleta, “ainda há muita coisa a se fazer, em termos práticos, para que as cidades apresentem um quadro diferente do que é observado hoje”.
Entre as demandas da ONG estão: ter escolas públicas como locais adequados para a prática do esporte e ampliação do acesso à atividade física e esportiva para toda a população.
A apresentação do Programa Cidades do Esporte foi feita por Daniela Castro, diretora executiva da Atletas pelo Brasil. “Precisamos começar a planejar mais o futuro [das cidades], ter metas”, afirmou ela, antes de complementar: “O esporte impacta diversas outras áreas, como a saúde”.
Falando em nome do Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, George Winnik avaliou que “não é possível construir uma cidade sustentável, sem pensar seriamente na questão da criança e do adolescente”.
Ele apresentou o “Manifesto por uma São Paulo para todas as crianças e todos os adolescentes” e abordou “O Guia GPS sob as lentes da infância e da adolescência”.
Para reforçar a mensagem do segmento, os adolescentes Daniel e Yasmin reclamaram da falta de infraestrutura nas escolas – como a pouca acessibilidade para pessoas com deficiência – e solicitaram que os pré-candidatos ouçam os jovens.
Considerações dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo
Na segunda-parte do evento, os pré-candidatos apresentaram suas considerações aos participantes do encontro.
Ricardo Young, da Rede Sustentabilidade, argumentou que a construção de uma cidade sustentável exige “uma outra forma de governar, de estabelecer relações e de diálogo”.
De acordo com ele, a política hoje vive uma lógica de polarizações, onde as forças disputam entre si e não conseguem encontrar soluções para a cidade. “As secretarias acabam sendo espaços de partidos políticos e o mesmo acontece com a Câmara Municipal”, avaliou.
Young disse ainda que a sociedade precisa ver o poder público como aquele que coloca em prática as soluções propostas pela própria sociedade. “Somo privilegiados por termos essa qualidade de trabalho da sociedade civil – apresentado pelo Programa Cidades Sustentáveis e Atletas pela Cidadania – disponível para nossas candidaturas”, finalizou, dirigindo-se aos demais pré-candidatos.
Marcos Campagnone, representante de João Doria Júnior (PSDB), apresentou as duas cartas-compromisso assinadas pelo pré-candidato tucano. “Ele [João Doria Júnior] assinou os dois documentos e recomendou à equipe do programa de governo para utilizar as duas plataformas”, relatou.
O representante do PSDB acrescentou: “todos os candidatos a vereador da chapa deverão também assumir esses compromissos, que pretendemos contemplar no plano de metas e nos PPA [Plano Plurianual]”.
Ele informou que o pré-candidato de seu partido pretende transformar as subprefeituras em prefeituras regionais e aprofundar a descentralização administrativa. “Vamos trazer a sociedade mais próxima da prefeitura, fortalecendo os conselhos”, complementou.
A pré-candidata do PSol, Luiza Erundina, declarou que estava assinando as duas cartas – do Programa Cidades Sustentáveis e do Programa Cidades do Esporte – com “entusiasmo” e convencida da importância desses compromissos.
Ela lembrou, entretanto, que o país vive uma crise econômica, que está causando a queda da arrecadação do município. E, ao abordar a situação de Brasília, Erundina não mediu palavras. “Não podemos fingir que não está acontecendo nada. Está ocorrendo um golpe no país”, declarou.
Segundo a pré-candidata do PSol, é essa crise política-institucional que está deixando as pessoas preocupadas e tristes. “Vamos sair da crise e construir um novo tempo, que é o que o povo quer”, finalizou.