Um ano após momento crítico, sistema Cantareira vive mudança de cenário

Folha de S.  Paulo

Há um ano, em uma represa no município de Joanópolis, a 120 km de São Paulo, funcionava o “centro nervoso” do sistema Cantareira.

Com a ajuda de máquinas e bombas, era de lá que a água era puxada do fundo do quase seco do manancial e depois distribuída para cerca de 5 milhões de pessoas da Grande São Paulo. À época, a Jaguari-Jacareí operava com apenas 7% de sua capacidade.

Agora, um ano depois e 490 bilhões de litros a mais, a maior represa do Cantareira atingiu 76,7% de sua capacidade e não depende mais do chamado volume morto, a porção de água abaixo dos tubos de captação. Além dos números e índices, o aumento de volume de água no Cantareira foi responsável por uma mudança na paisagem do manancial.

O canal criado para a passagem do volume morto desapareceu, e os equipamentos foram todos retirados.

Atípicas, as chuvas acima da média em maio e junho contribuíram para dar fôlego não somente a essa represa, como a todos os reservatórios da região metropolitana de SP após a crise de abastecimento de 2014 e 2015.

O Cantareira, por exemplo, o principal sistema, opera atualmente com 59% de sua capacidade, ante 15% no mesmo período de 2015.

Essa “folga” nos mananciais levou o governo Geraldo Alckmin (PSDB) a decretar o fim da crise e rever medidas adotadas no auge da estiagem, como bônus para quem economizasse e sobretaxa aos chamados “gastões” de água.

Segundo especialistas, no entanto, diante do contexto de mudanças climáticas, secas severas deverão ser cada vez mais constantes.

Matéria publicada originalmente na Folha de S. Paulo.

 

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