ROBERTO VIEIRA, DA REDAÇÃO – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO
Foi aprovado na tarde desta quinta-feira (30/6), em sessão extraordinária, o Projeto de Lei (PL) 721/2015, que estabelece plano de melhoramentos viários “Arco Tietê”, previsto no PDE (Plano Diretor Estratégico). A proposta do Executivo — que obteve 34 votos favoráveis, seis contrários e uma abstenção — foi aprovada em primeira e abrange uma área de aproximadamente 60 milhões de metros quadrados, na zona norte da cidade.
O PL prevê abertura de novas avenidas com mais de 30 quilômetros de extensão, além de possibilitar o alargamento de 45 km de vias já existentes, entre outras intervenções. O vereador Paulo Frange (PTB), que votou favorável ao PL, explicou que a zona norte da cidade carece de uma transformação em todos os aspectos e destacou quais os principais pontos positivos da proposta, em sua análise.
“O maior destaque do projeto é mobilidade urbana, em segundo, é a reorganização do solo, não só pela atual Lei de Zoneamento, mas, como tratar o Arco Tietê dentro de um projeto de intervenção urbana específico, dando características específicas para o solo e tratando a atividade da ocupação desse solo, principalmente, priorizando os moradores locais”, afirmou Frange, que também ressaltou ganhos no transporte urbano.
“Nós temos a marginal do Tietê bem ao meio. Logo acima, ao norte, nós temos um vazio que é uma linha de transmissão que entra na cidade na altura da Anhanguera e cruza toda a zona norte indo rumo à Dutra. Sobre essa área haverá um grande eixo de transporte urbano, é o maior deles e toda essa linha de transmissão será enterrada primeiro, para depois se fazer uma grande avenida”, disse Frange.
Favorável ao projeto, o vereador Milton Leite (DEM) ratificou a importância das intervenções, no entanto, espera que antes da segunda votação, o PL passe por alguns ajustes. O democrata entende que os recursos privados vindos do desenvolvimento do Arco Tietê devem ser utilizados na recuperação da parte baixa da Serra da Cantareira.
“Nós clamamos que parte da riqueza ou da renda auferida aquela região, que nós possamos transferir para aquela região que chamamos de saia da Cantareira, a parte baixa da Cantareira, para melhorar e atenuar o sofrimento daquela população”, argumentou.
Já Aurélio Nomura (PSDB), que votou contra a medida, defendeu a importância do Arco Tietê para o desenvolvimento da zona norte, mas alega que a proposta deveria ser mais bem debatida em plenário e também com os moradores da região.
“Esse projeto deveria ser debatido com maior profundidade, até porque a própria população assim pediu, mais três audiências, que é muito pouco. Nós estamos no penúltimo dia do primeiro semestre e estamos votando no afogadilho”, questionou o oposicionista.
Além de Nomura, também votaram contra o projeto os vereadores Patrícia Bezerra (PSDB), Quito Formiga (PSDB), Mário Covas Neto (PSDB), Eduardo Tuma (PSDB) e Toninho Vespoli (PSOL). Salomão Pereira (PSDB) se absteve.
Matéria publicada originalmente no portal da Câmara Municipal de São Paulo.