Prefeitura de São Paulo cumpre 61 metas propostas no início da gestão

Balanço do Plano de Metas 2013-2016, apresentado pela Rede Nossa São Paulo, revela também que 23 itens estão com índice de cumprimento abaixo de 50%.

Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo

Utilizando dados disponibilizados pela própria Prefeitura, a Rede Nossa São Paulo elaborou um balanço do Programa de Metas 2013-2016 da atual gestão municipal.

De acordo com o balanço divulgado nesta quarta-feira (31/8), em evento público no Sesc Consolação, das 123 metas contidas no plano, 61 foram cumpridas. Desse total, 42 foram concluídas em 100% e 19 superaram os números inicialmente previstos.

Os dados apresentados pelo coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, revelam ainda que, faltando apenas quatro meses para o final da gestão, 23 metas estão com índice de cumprimento abaixo de 50%. Nas outras 39 metas esse indicador encontra-se acima de 50%.

“Pelo cálculo puramente aritmético, considerando todas as 123 metas, tivemos um índice de cumprimento de 78,96%”, explicou Broinizi.

Ele observou que a cidade passa por um processo de aprendizado, pois esta é a segunda gestão municipal a apresentar um plano de metas. Ponderou ainda que a avaliação apresentada pela Rede Nossa São Paulo é uma contribuição da sociedade civil. “Avaliamos que esse é um tema que mereceria ser aprofundado em outras instâncias, com a Câmara de Vereadores”, sugeriu.

Confira aqui a apresentação do balanço do Programa de Metas 2013-2016.

Ao comentar os dados apresentados, o secretário adjunto da Secretaria do Governo Municipal, Weber Sutti, garantiu que a prefeitura pretende “avançar bastante” no cumprimento das metas. “Temos a expectativa de chegar em dezembro com outras metas concluídas”, afirmou.

Para ele, é importante que as pessoas entendam os motivos que impedem o cumprimento de uma determinada meta. E apontou diversas ações e medidas colocadas em prática pela atual administração e que não estavam previstas no plano de metas, como o Programa De Braços Abertos, o Passe Livre Estudantil e o Programa Ruas Abertas. “A gente fez e não estava planejado [no plano de metas]”, argumentou Sutti. 

Segundo o secretário adjunto, “a Prefeitura investiu mais de R$ 17 bilhões nos últimos quatro anos, em valores corrigidos, mesmo enfrentando um cenário de recessão”.

Mapa da Desigualdade da Cidade  

Durante o evento, a Rede Nossa São Paulo também apresentou o Mapa da Desigualdade da Cidade atualizado. 

“Para combater e reduzir a desigualdade, o primeiro passo é dar visibilidade a essa desigualdade”, argumentou Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, ao apresentar os 40 indicadores analisados.

Confira aqui a apresentação do Mapa da Desigualdade da Cidade

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Grajew lembrou que na eleição passada, a Rede Nossa São Paulo pediu aos candidatos a prefeito que “zerassem os zeros da cidade”. Entretanto, ainda existem muitos distritos que têm zero de bibliotecas e centros culturais, entre outros equipamentos e serviços públicos necessários à população.

Os dados apresentados mostram que entre 2012 – quando a Rede Nossa São Paulo divulgou o primeiro Mapa da Desigualdade – e 2015 houve uma melhora nos indicadores. “Porém, [essa melhora] é muito pequena, pois o mapa mostra um retrato bastante grave e inquietante”, avaliou Grajew, antes de complementar: “Esperamos que na próxima gestão, a sociedade civil, a Câmara Municipal e a Prefeitura olhem para essa questão da desigualdade”.

Confira aqui todos os dados do Mapa da Desigualdade da Cidade (completo).

Na sequência, a diretora executiva da Oxfam Brasil, Kátia Maia, fez uma breve exposição da Calculadora da Desigualdade. “A ferramenta permite que a pessoa saiba onde ela se encaixa quando a gente fala em desigualdade”, sintetizou. 

Kátia apresentou um dado alarmante sobre a desigualdade no mundo: “62 pessoas têm a mesma riqueza que os 3,6 bilhões de indivíduos mais pobres do planeta”. E explicou que esse processo de concentração de renda se repete aqui. “No Brasil, há 4.225 multimilionários e suas fortunas representam 6,6 vezes o investimento público em educação e equivalem a 37% do PIB [Produto Interno Bruto] nacional”, comparou.

Para ela, tanta desigualdade tem que provocar um sentimento de indignação. “A sociedade precisa ir para as ruas contra a desigualdade”, defendeu.  

Em seguida, a coordenadora de Comunicação da Rede Nossa São Paulo, Luanda Nera, apresentou o projeto “32xSP” – um novo site de notícias sobre o que acontece nas 32 subprefeituras da cidade, fruto de parceria entre a Rede Nossa São Paulo e a Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

Candidatos e representantes expõem suas ideias 

Após as apresentações, os candidatos e representantes que compareceram ao evento puderam apresentar suas propostas para reduzir a desigualdade na capital paulista. 

Definido por sorteio, o primeiro a falar foi Bruno Covas, candidato a vice-prefeito na chapa de João Dória (PSDB). Entre as propostas defendidas por ele está a implementação de “ações estruturantes nas áreas social, econômica e de infraestrutura”. 

Em relação à área social, por exemplo, Covas defendeu que, na saúde, seja promovida uma integração entre as redes estadual, municipal e da iniciativa privada.

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, que representou a candidatura de Fernando Haddad (PT), destacou algumas ações promovidas pela atual administração, entre as quais: a ampliação das ciclovias e a redução dos acidentes e das mortes no trânsito – que ele atribuiu à redução da velocidade. “Tem candidato que quer aumentar a velocidade de novo”, alertou.

Para reduzir a desigualdade, considerou Tatto, é preciso investir em educação. E pontuou algumas propostas da candidatura do PT, como ampliação da educação integral e das vagas em creche.

Ricardo Young, candidato a prefeito pela Rede Sustentabilidade, apresentou um conjunto de propostas para diminuir a desigualdade, tendo como base uma “gestão em rede” da cidade.

Segundo ele, “é preciso descentralizar tudo o que for possível para os territórios e empoderar os conselhos”. Young propôs também que as subprefeituras sejam transformadas em “coprefeituras”, com maior poder de decisão e que atuem de forma articulada.

O candidato Celso Russomanno (PRB) foi representado por Edison Passafaro, integrante da equipe responsável pela elaboração do programa de governo do postulante à Prefeitura. 

Passafaro definiu-se como “um cidadão paulistano, que sempre procurou colaborar com várias gestões públicas”. Segundo ele, a gestão pública deveria ser suprapartidária. 

Em sua avaliação, há três grandes desafios a serem enfrentados no Século XXI: a mobilidade urbana, a inclusão social e a sustentabilidade.  

Preocupado com a acessibilidade, Passafaro, que é cadeirante, defendeu que administração pública assuma a responsabilidade pela implantação e manutenção das calçadas, não deixando essa tarefa para o dono do imóvel.

Confira repercussão do evento na mídia:

Expectativa de vida entre os bairros de SP pode variar em até 25 anos – Rádio CBN 

Mapa revela tamanho do abismo social de São Paulo – Metro São Paulo

Mapa revela desigualdade social de SP – Destak Jornal

A um mês das eleições, Haddad cumpre 49,6% das metas de 2013 – O Estado de S. Paulo

Morador do Alto de Pinheiros vive 25 anos mais que o de Cidade Tiradentes – O Estado de S. Paulo

A um mês das eleições, Haddad cumpre 49,6% das metas de 2013 – Isto É Dinheiro

Violência e desigualdade  – Valor Econômico

Marsilac, na Zona Sul, é onde a chance de ser assassinado é maior em SP – Veja São Paulo

A um mês das eleições, Haddad cumpre 49,6% das metas de 2013 – DCI 

Morador de Pinheiros vive mais que o de Cidade Tiradentes – Revista Exame

A um mês das eleições, Haddad cumpre 49,6% das metas de 2013 – Veja São Paulo

Índice de mães adolescentes varia até 166 vezes entre bairros paulistanos – Isto É

Morador de Pinheiros vive 25 anos mais que o de Cidade Tiradentes – Isto É

A um mês das eleições, Haddad cumpre 49,6% das metas de 2013 – Esto É

Índice de mães adolescentes varia até 166 vezes entre bairros paulistanos – R7

Mortes de jovens é 16 vezes maior no Campo Limpo do que na Vila Mariana – G1

Desigualdade de acesso da população a equipamentos públicos cai em São Paulo – Rede Brasil Atual

Em números, Mapa da Desigualdade mostra as diferentes cidades que existem em uma só – Portal Aprendiz

A um mês das eleições, Haddad cumpre 49,6% das metas de 2013 – Uol Notícias

Índice de mães adolescentes varia até 166 vezes entre bairros paulistanos – Jornal do Brasil

Mapa da Desigualdade e Plano de Metas – ZN na Linha

Prefeitura de S. Paulo cumpre 61 das 123 metas estabelecidas – DCI

Moradores de bairros mais ricos de São Paulo vivem cerca de 20 anos a mais que os da periferia – Rádio Estadão

Programa de Metas: Copo meio cheio, copo meio vazio – Jornal SP Norte

Mapa da Desigualdade vê melhora em 21 de 40 áreas – SP Bancários

Índice de mães adolescentes varia até 166 vezes entre bairros paulistanos – A Tribuna de Mato grosso

Capital paulista é bem avaliada em cultura – DCI 

Morador de Pinheiros vive 25 anos mais que o de Cidade Tiradentes – Catraca Livre

Em mais de 1/3 dos bairros de SP, moradores morrem antes de aposentar – Super Interessante 

Mortes de jovens é 16 vezes maior no Campo Limpo do que na Vila Mariana – Gazeta de Santo Amaro

Os 10 distritos de SP onde se vive mais e os 10 onde se vive menos – O Estado de S. Paulo

Perus é o campeão de grávidas adolescentes – Metrô News 

Morte vem antes da aposentadoria em 1/3 dos bairros de SP – Revista Exame 

Árvores na cidade: isso não é contradição – Envolverde Jornalismo & Sustentabilidade

Site criado pela Agência Mural de Jornalismo das Periferias e a Rede Nossa São Paulo busca aproximar a população das 32 subprefeituras da capital – TV Brasil

Risco de jovem sofrer homicídio no Campo Limpo é 16 vezes maior que na Vila Mariana – O Estado de S. Paulo

 

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