Por Folha de S. Paulo
O mês de agosto é historicamente seco. Neste ano, porém, mesmo em pequena quantidade se comparada aos meses do verão, a chuva na Grande São Paulo foi bem superior à média de anos anteriores e contribuiu para melhorar a qualidade do ar e também ampliar a reserva de água nos reservatórios.
O mês de agosto deste ano foi o terceiro mais chuvoso dos últimos 21 anos na cidade de São Paulo, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), ligado à prefeitura da cidade.
Nesses 31 dias, a capital acumulou 68,5 mm de chuva, quase o triplo da média histórica para o mês (25,3 mm), mas bem abaixo dos volumes de janeiro (202,2 mm) e fevereiro (282,6 mm) passados, por exemplo. Toda essa água em agosto serviu como contraponto ao mês anterior, já que julho havia sido o quinto mais seco desde 1995.
As chuvas também vieram acima da média nos seis mananciais que abastecem a região metropolitana de São Paulo. No principal deles, o Cantareira, o volume acumulado nas represas do sistema foi de 44,2 mm, ante um média histórica de 34,3 mm.
O manancial, responsável pelo abastecimento de 7,4 milhões de pessoas na Grande SP, em especial na zona norte da capital, operou nesta quinta (1) com 58,1% de sua capacidade. No ano passado, nessa mesma data, o Cantareira estava com 12%, ainda dependente da água captada do fundo das represas, o chamado volume morto.
Os mananciais, hoje, estão em situação de folga, em especial se comparada aos dois últimos anos, quando a Grande SP se submeteu a um duro racionamento e o Cantareira quase entrou em colapso.
CHUVAS DE SETEMBRO
As chuvas em agosto não foram constantes, mas pontuais e intensas. Foram apenas oito dias chuvosos, sendo o dia 21 o segundo maior em volume de chuvas em um período de 24 horas para esse mês desde 1995, início da série histórica da prefeitura.
A cidade acumulou somente naquele dia 30,9 mm, um índice que supera o esperado para todo o mês de agosto.
"O elevado índice pluviométrico deste mês se deve à passagem de várias frentes frias e à formação de áreas de instabilidade, que em seu deslocamento atingiram São Paulo", afirma Adilson Nazário, meteorologia do CGE.
O meteorologia lembra ainda que as temperaturas ficaram dentro do esperado de acordo com a média histórica em agosto, sem recordes de frio ou registrou de algum fenômeno climático.
Entretanto, diz Nazário, no dia 29 foi registrada a tarde mais quente do inverno, com 31,3°C na média na cidade.
Segundo Nazário, o mês de setembro deve ser um pouco mais chuvoso que agosto já que sua média histórica (73,3 mm) é um pouco superior.
As temperaturas já começam a aumentar, com médias mínimas de 15°C e máximas de 25,5°C. A previsão é de dias mais quentes e eventuais passagens de frentes frias, que devem trazer chuvas e ondas de frio não duradouras. Deve chover no fim de semana.
Matéria publicada na Folha de S. Paulo.