O Ministério da Educação apresenta na próxima quinta-feira (22) o projeto de reforma do ensino médio. O novo modelo vai prever flexibilização do percurso do aluno e foco maior na oferta do ensino em tempo integral.
O governo avalia editar uma MP (Medida Provisória) para acelerar a tramitação no Congresso. O desejo do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), é aprovar a mudança ainda neste ano.
"Como a reforma é quase consensual, com apoio de praticamente todos os secretários estaduais, vamos avançar. O presidente [Michel Temer] já sinalizou apoio à MP".
Ainda não foi descartado, no entanto, tentar acelerar a aprovação do projeto de lei em análise desde 2013 na Câmara, ao qual o MEC encaminharia um texto substitutivo. A agenda legislativa apertada é que tem sido o entrave.
Hoje, todos os alunos do ensino médio devem cursar 13 disciplinas ao longo dos três anos. A estrutura é apontada por parte dos especialistas como engessada e distante do interesse dos jovens.
Com a mudança, a grade do 1º ano será comum a todos. Para o restante, haverá a opção de aprofundamento em cinco áreas: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e ensino técnico. Assim, o aluno poderá escolher em qual linha quer se aprofundar.
A oferta dessas habilitações, no entanto, vai depender das redes de ensino e das escolas. O governo prevê que ao menos duas habilitações sejam oferecidas.
Segundo a Folha apurou, o projeto ainda vai prever a certificação de conhecimentos. Alunos que sabem inglês, por exemplo, poderão eliminar a disciplina e se dedicar a outras aulas. O novo modelo ainda flexibilizará a contratação de professores sem concurso público para atender as necessidades do ensino técnico.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo