Cidade, economia e trabalho serão discutidos através de filmes entre 8 de novembro e 1º de dezembro
A Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, maior festival de cinema com essa temática no Brasil, chega à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) nesta terça-feira, dia 8 de novembro, com um projeto inédito. Até 1º de dezembro, a cidade universitária recebe, em dois locais de exibição, 16 sessões de filmes e seis debates com docentes e pesquisadores da instituição. A programação é gratuita e aberta para estudantes, funcionários e público geral.
Os filmes foram selecionados por professores do Instituto de Economia (IE), da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e do Núcleo de Estudos de População (NEPO). São produções contemporâneas, de diversos países, que conversam diretamente com temas pesquisados na universidade, especialmente relacionados às cidades, como especulação imobiliária, planejamento urbano, gestão de recursos hídricos, expansão do agronegócio, automatização nas relações de trabalho, mudanças climáticas, entre outros. As sessões acontecem na Casa do Lago e no auditório da Adunicamp.
Mariana Fix, professora do IE, coordenadora do Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico (Cede) e uma das organizadoras do evento, conta que já vinha acompanhando o trabalho da Mostra, e depois de participar dos debates esse ano, viu que seria vantajoso trazer as discussões para Unicamp, “pela qualidade dos filmes e pela importância dos temas tratados”. Ela compôs com Guilherme Wisnik a mesa de debate sobre cidades na 5ª Mostra Ecofalante, que aconteceu em junho, em São Paulo.
“É interessante que esse projeto, mesmo piloto, consegue integrar os três pilares da atuação universitária. No ensino e na pesquisa, por trazer temas que dialogam com o conteúdo dos cursos e projetos, e na extensão, porque faz isso através da arte, em sessões abertas para toda a comunidade”, declara Mariana.
Chico Guariba, diretor da Mostra Ecofalante, destaca a inovação do evento. “É a primeira vez que fazemos um circuito assim, personalizado, para uma universidade. Sempre tivemos uma relação estreita com o ensino superior, trazendo professores e pesquisadores para os debates da Mostra e levando os filmes para faculdades de diversas áreas, e, recentemente, incentivando a produção audiovisual através do concurso de curtas universitários. É, portanto, uma progressão natural do trabalho educativo da Mostra”, diz Guariba.
Só em 2016, a Mostra Ecofalante esteve presente em 17 instituições de ensino superior, atingindo 34 unidades/faculdades, em diversas cidades do estado de São Paulo.
Para Gisela Cunha Leoneli, professora do curso de Arquitetura da FEC, o uso dos filmes como material didático é interessante especialmente porque eles não estão inclusos no circuito comercial de cinema. “Há uma demanda enorme dos alunos para que o aporte dos materiais didáticos seja diferente, criativo. Assim, estamos nos esforçando para que os filmes e esse modelo de exibição com debate sejam incluídos definitivamente no programa pedagógico da Unicamp”, informa Gisela. Ela ainda atenta para um ganho secundário muito relevante, que é a ocupação da estrutura da universidade numa atividade que envolve alunos e professores de diversas áreas. “A Mostra aqui potencializa esse caráter transversal do conhecimento, incentiva o intercâmbio entre os cursos, e faz isso tratando de temas atuais, o que também é uma reivindicação dos estudantes”, comenta.
Confira aqui ou abaixo a programação da mostra: