Laura Mendes Amando de Barros é funcionária de carreira da Prefeitura; o procurador Ricardo Ferrari Nogueira será o novo procurador-geral do Município
Bruno Ribeiro, O Estado de S. Paulo
Depois de rebaixar o status da Controladoria-Geral do Município (CGM) de São Paulo, o prefeito eleito, João Doria (PSDB), indicou uma funcionária de carreira da Prefeitura para o posto de chefe da CGM. O órgão, que antes respondia apenas o prefeito e resultou na recuperação de quase R$ 400 milhões desviados ilicitamente, agora terá de se reportar ao novo secretário de Justiça da cidade, Anderson Pomini.
Procuradora do Município, Laura Mendes Amando de Barros deu sua primeira entrevista como futura titular do cargo nesta quarta-feira, 30. E afirmou que o órgão não perderá independência. “Nossa autonomia como Controladoria é absolutamente intocada. Essa é uma questão fundamental do controle interno. Essa é uma questão que está pacificada. A próxima gestão já decidiu que irá seguir”, disse Laura – que, na gestão Fernando Haddad (PT), ocupou a chefia da assessoria jurídica da CGM.
Ao mesmo tempo, ela afirmou que o departamento passará a divulgar antecipadamente o calendário de ações. “Não existe uma satisfação (a ser dada ao secretário). Existe uma agenda, e essa agenda pretende ser construída previamente para o governo, e vai ser ‘publicizada’ não só ao secretário e ao governo, mas a toda a população.”
O secretário Pomini, por sua vez, disse que “a agenda prévia diz respeito ao formato de atuação da Controladoria, com autonomia e independência”, sem revelar auditorias antecipadamente. “O papel principal da controladora é a prevenção, não o da repressão. Não se pretende instalar o Estado policialesco”, afirmou. “Policialesco” é um termo empregado por secretários de Haddad quando são advertidos pela CGM sobre falhas técnicas.
A gestão Doria também decidiu reestruturar a Procuradoria-Geral do Município, fundida à Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos de Haddad. Ela voltará a ser um órgão próprio, mas também sob o guarda-chuva de Pomini. Procurador de carreira, Ricardo Ferrari Nogueira será o procurador-geral. A Secretaria de Justiça deverá viabilizar juridicamente as privatizações prometidas por Doria, como a do Anhembi.
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.