Lançado mapa das desigualdades do DF

O levantamento compara dados de saúde, educação, cultura, saneamento e segurança do Plano Piloto e demais regiões administrativas

Por Isabella de Andrade – Especial para o Correio Brasiliense

O Movimento Nossa Brasília, o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e a Oxfam Brasil lançaram neste sábado (3 de dezembro) o Mapa das Desigualdades de Brasília, que mede e compara dados sobre saúde, educação, cultura, saneamento básico e segurança pública, entre outros, de regiões administrativas do Distrito Federal com o Plano Piloto da capital. O lançamento do projeto contou com roda de conversa sobre o direito à cidade e desigualdade nos territórios, além do debate sobre questões importantes como a construção da capital, o direito à cidade e a ocupação desigual dos territórios do DF.

Entre os objetivos do mapeamento estão a possibilidade de reflexão e criação de novas perspectivas entre as relações de centro e periferia nas cidades. Cleo Manhas (50), educadora e integrante do Nossa Brasília, afirma que o mapeamento tem importância fundamental para deixar claras e agrupadas as principais desigualdades que se mostram atualmente entre Plano Piloto e demais regiões. A ideia é mostrar que os equipamentos culturais, os recursos do FAC, investimentos para edução, entre outros, estão concentrados no Plano. “As demais regiões estão muito desguarnecidas, há uma enorme desigualdade. Queremos mostrar também que quanto mais precária a situação da cidade, mais negra é sua população e maior a repressão policial. As desigualdades se somam: desigualdade de raça, de renda, de não acesso às políticas públicas”, afirma a educadora.
 

A Cidade Estrutural é uma das áreas mapeadas pelo movimento

Colaborativo  

O projeto foi uma construção colaborativa entre movimentos sociais, sendo que três regiões tiveram destaque na participação desta etapa: Samambaia, São Sebastião e Estrutural. A ideia é que o mapa se torne um instrumento para a comunidade e que sirva como peça importante para a visibilidade das profundas diferenças que se firmam na capital. Como o Distrito Federal é um território amplo, diverso e com várias cidades, o grupo optou por iniciar o trabalho de levantamento participativo dos indicadores nestas três regiões.

“Queremos que o mapeamento possa ser visto pelo GDF como uma peça importante para o planejamento das políticas públicas e escolhas orçamentárias. Atualmente, é possível notar que essas escolhas não vão de encontro ao combate À desigualdade, ao contrário, elas aprofundam cada vez mais este quadro. O Distrito Federal é um território que concentra algumas das maiores e menores rendas do país”, afirma Cleo Manhas.

O objetivo principal do grupo é que o Mapa das Desigualdades possa servir como um alerta para a situação do DF e de suas regiões menos contempladas por políticas públicas. Vale lembrar que o Nossa Brasília é um Movimento que visa integrar e criar possibilidades de diálogo entre diferentes pessoas, iniciativas, redes, organizações e empresas que buscam construir uma cidade sustentável e justa. A ideia é contribuir para o protagonismo da própria comunidade sobre a cidade em que vive.

Matéria publicada no Correio Brasiliense.

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