Prefeito não conseguiu finalizar nenhum dos 3 compromissos em Habitação e só 1 dos 7 listados para Saúde; em Educação, das 7 metas, só 2 chegaram ao fim
Adriana Ferraz, O Estado de S.Paulo
O prefeito Fernando Haddad (PT) vai fechar seu mandato com 53% das metas cumpridas. Foram efetivadas 66 promessas, das 123 assumidas em 2013. O índice é praticamente o mesmo que o alcançado por seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD), que chegou a 55%, o que revela uma estagnação entre o que se promete e o que de fato se cumpre ao longo de quatro anos de governo.
Os dois prefeitos foram os únicos a apresentarem um Plano de Metas no início do mandato. João Doria (PSDB) terá de fazer o mesmo até 30 de março de 2017 por determinação legal – atribuição para a qual o tucano deve contar com o apoio de uma consultoria privada, a McKinsey & Company.
O balanço mostra que áreas prioritárias ficaram longe de alcançar 100% de metas cumpridas. Haddad não conseguiu finalizar nenhum dos três compromissos assumidos para Habitação, por exemplo, e apenas um dos sete listados para Saúde – a instalação de uma unidade da Rede Hora Certa por subprefeitura. Na Educação, o resultado também ficou aquém do esperado: das sete metas, só duas chegaram ao fim.
Já na relação dos compromissos realizados, estão algumas das marcas do petista à frente da Prefeitura, como a implementação de 400 km de ciclovias, de 423 km de faixas exclusivas de ônibus e a criação do bilhete único mensal.
Outra análise possível diante dos compromissos realizados é de que cerca da metade deles é formada por medidas administrativas, ou seja, que não representam investimento em novos equipamentos, mas aprovação de programas, secretarias, leis ou conselhos.
Estão nesta lista, por exemplo, a criação da Subprefeitura de Sapopemba, a 32.ª da capital, e das Secretarias Municipais de Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres, além da aprovação das leis que revisaram o Plano Diretor e o Zoneamento. Essas medidas administrativas representam 37 das 66 metas cumpridas.
Recursos
Integrantes da gestão Haddad atribuem os números ao baixo financiamento do governo federal em projetos considerados prioritários, como a produção de 55 mil moradias pelo Minha Casa Minha Vida – foram entregues 12,5 mil até agora. O Plano de Metas foi feito na perspectiva de que os programas federais fossem continuados, o que não ocorreu especialmente nos últimos dois anos, por causa da crise.
A Prefeitura alterou algumas de suas estratégias para conseguir executar ao menos parte das metas, como aumento de convênios para abertura de creches. Apesar disso, a gestão termina com mais de 133 mil crianças à espera de uma vaga.
O Estado procurou o prefeito Haddad e sua assessoria que não quis se manifestar sobre o cumprimento das metas.
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.
FOTOS: FERNANDO PEREIRA/SECOM
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