Governador ainda instituiu a cobrança de tarifa de integração nos terminais
FABIO LEITE e FELIPE RESK, O Estado de S. Paulo
Após congelar a tarifa básica do trem e do metrô em R$ 3,80 e aumentar os bilhetes de integração (14,8%) e mensal (35,7%), o governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu reajustar o preço das passagens de ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) entre 6,1% e 7,1% em todo o Estado. Só na Grande São Paulo, a medida afeta 1,4 milhão de passageiros que utilizam as 571 linhas diariamente. Os reajustes entram em vigor no domingo, juntamente com trem e metrô.
Alckmin também instituiu uma tarifa de integração em cinco terminais onde não há cobrança na transferência feita dos ônibus municipais para trólebus ou metrô. Agora, os passageiros que descem nos Terminais São Mateus, Piraporinha e Diadema para embarcar no corredor ABD da EMTU pagarão uma taxa de R$ 1,00 na plataforma. Hoje, a transferência entre os dois veículos é gratuita. Já nos Terminais Capão Redondo e Campo Limpo, operados pelo Metrô, a tarifa de integração será de R$ 1,12.
Só nos três terminais da EMTU, o “pedágio” de R$ 1,00 na plataforma deve atingir 27 mil passageiros por dia, cerca de 10% do total de usuários transportados no corredor ABD, e gerar uma receita adicional de R$ 11,3 milhões por ano. Nos outros terminais da EMTU, como Jabaquara (zona sul), São Bernardo e Santo André, na Grande São Paulo, os passageiros já pagam hoje a tarifa cheia da EMTU, que subirá de R$ 4,00 para R$ 4,30 a partir de domingo, quando descem do ônibus municipal, que também é pago.
O presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, afirmou que a tarifa para acessar os terminais serve para “equilibrar os contratos” com a concessionária Metra, que vai operar o corredor até 2022. “Em 2012, nós transferimos para o concessionário algumas obrigações adicionais, como a manutenção da rede aérea dos 33 quilômetros de corredor”, disse. “É uma despesa anual de R$ 17 milhões. Agora estamos reequilibrando”, completou.
Lopes classificou como “desigual” a relação entre os municípios atendidos pelo corredor ABD. “Não seria correto dividir as despesas para todos os outros passageiros. São 27 mil passageiros não pagando nada”, disse. Segundo ele, o porcentual médio de reajustes nas tarifas leva em consideração os custos dos insumos do transporte, como mão de obra e combustível, e cláusulas contratuais.
Congelamento
Ele afirma ainda que seria inviável a EMTU congelar o preço das passagens, como fez parcialmente o Metrô, a CPTM e a SPTrans (com os ônibus municipais). “O sistema metropolitano não tem nenhum subsídio. A receita arrecadada tem de cobrir os custos.”
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.