Mortes por acidentes de trânsito caem 15% na cidade de São Paulo em 2016

WILLIAM CORREIA, DO "AGORA"

O número de mortes decorrentes de acidentes de trânsito diminuiu na cidade de São Paulo no ano passado, comparado a 2015.

Segundo o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, do sistema Infosiga, ligado à gestão Geraldo Alckmin (PSDB) no governo estadual, foram 950 óbitos no trânsito da capital em 2016, representando uma queda de 15,1% em relação às 1.119 mortes registradas pelo sistema no ano anterior.

No apontamento dos tipos de vítimas no trânsito, todos os quesitos tiveram redução na análise entre 2015 e 2016. A maior queda foi entre caminhoneiros, com 61,1%, e a menor foi de ciclistas, com 7,4%.

Na comparação entre os principais tipos de acidente, só houve aumento no choque, nome dado pelo Infosiga à colisão de um veículo em movimento com um obstáculo fixo ou veículo fora de circulação da via: foram 140 em 2015 e 162 no ano passado, um acréscimo de 15,7%.

Mas houve 81 mortes a menos por atropelamento, e queda de 82 óbitos por colisão (acidente de trânsito envolvendo dois ou mais veículos em circulação, em definição do sistema).

O Infosiga afirma que, na soma de mortes no trânsito em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo, a queda foi de 5,6% no acumulado de 2016 (5.727 óbitos) em relação a 2015 (6.066), contabilizando 339 vidas preservadas.

MORTES NAS MARGINAIS

De acordo com o Infosiga, as marginais Tietê e Pinheiros tiveram quatro mortes em dezembro: duas de motociclistas em colisão (choque com outro veículo) e dois pedestres atropelados -tudo em Pinheiros (zona oeste).

Não é possível comparar com o mesmo período de 2015 porque o sistema só passou a ter mapeamento de mortes por acidente em agosto de 2016.

Segundo relatório da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), de agosto de 2015 (primeiro mês completo com os limites mais baixos, criados pela gestão petista de Fernando Haddad) a outubro de 2016, houve 39 acidentes com mortos nas duas marginais, somando colisões com vítimas nos veículos e atropelamentos.

São 38 casos a menos do que nos 15 meses anteriores, uma diminuição de quase 50%.

DEBATE ELEITORAL

A redução nas mortes ocorre exatamente no primeiro ano completo com as velocidades reduzidas na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) nas marginais: desde julho de 2015, o limite é de 50 km/h na pista local, 60 km/h na central e 70 km/h na expressa. O prefeito João Doria (PSDB) vai alterar esses limites a partir de quarta-feira (25).

A gestão Haddad sempre contestou a metodologia do Infosiga e usava números da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que aguardava 30 dias, após o fechamento do mês, para considerar as mortes no período.

A questão gerou controvérsia no ano passado, já que os dados fornecidos por Alckmin, padrinho político de Doria, apontaram aumento nas mortes no trânsito paulista pela primeira vez no mês de agosto, em meio à disputa eleitoral.

Independentemente desses números, a gestão João Doria (PSDB) aumentará, a partir de quarta-feira, o limite de velocidade das marginais. O atual limite de 50 km/h da pista local será mantido só na faixa da direita, e nas demais será de 60 km/h. Na central, subirá de 60 km/h para 70 km/h, e na expressa, o limite de 70 km/ h voltará a 90 km/h.

Sergio Avelleda, secretário Municipal de Mobilidade e Transportes, estima que a viagem ficará, em média, 15 minutos mais rápida.

A promessa é de aumentar a segurança nas vias, com passarelas elevadas na pista local, acordos e fiscalização para retirada de pedestres na via expressa, além de ampliação da frota de veículos e de agentes da CET. A companhia informou ainda que só 34 das 67 câmeras de monitoramento das estavam operando, mas que recuperou 20 e aumentará o número até quarta.

Matéria publicada na Folha de S. Paulo.

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