Mapa da desigualdade orienta a construção de políticas públicas na cidade

O trabalho, realizado pelo programa Cidades Sustentáveis com a Oxfam Brasil, mostra a diferença entre os indicadores no território

Por Priscila Pacheco, para o Programa Cidades Sustentáveis

O Programa Cidades Sustentáveis lançou nesta quarta-feira (15), durante o I Encontro do Programa Cidades Sustentáveis com as Prefeituras Signatárias (gestão 2017 – 2020), o Guia Orientador para Construção de Mapas da Desigualdade nos municípios brasileiros. O material foi produzido em parceria com a Oxfam Brasil e com apoio da Fundação Ford. O objetivo do trabalho é orientar e incentivar as cidades e sociedade civil organizada a reunirem os indicadores e construírem os próprios mapas. 

Kátia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, abriu a discussão falando sobre a concentração de renda no mundo e a importância de pensar em uma economia para quem não pertence ao 1% mais rico. Chamou a atenção para a justiça fiscal e imposto sobre a riqueza e grandes rendas. “Nós não podemos continuar onde quem mais ganha é quem menos paga”, diz. Também salientou a questão da igualdade de gênero. “Precisamos de uma economia que opere igualmente para homens e mulheres, e que reconheça o trabalho não remunerado das mulheres”, finaliza.

Em seguida, Clara Meyer, coordenadora de Indicadores da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis, apresentou os mapas que são produzidos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Em São Paulo, ela conta que o trabalho é realizado há 5 anos e mostra as divergências entre os 96 distritos da capital. Outro destaque mostrado por Meyer foi o aplicativo que permite o acesso a todos os dados do mapa da desigualdade. Ele está disponível para Android e Iphone e possui código aberto para que outras cidades possam replicar.

Segundo Meyer, “o mapa da desigualdade é um instrumento para a transformação das políticas públicas”. A fala é confirmada pelo fato de os mapas permitirem que os gestores públicos façam um diagnóstico mais profundo da região e invistam em políticas públicas que minimizem as disparidades.

Por fim, Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis, fala que a grande prioridade das governanças deve ser a minimização da desigualdade nas cidades. “Reduzindo a desigualdade você resolve boa parte dos problemas”, finaliza

Conheça o Guia orientador para construção de Mapas da Desigualdade nos municípios brasileiros http://bit.ly/2lMwfCU

Com essa ferramenta em mãos, as cidades terão a oportunidade de elaborar um diagnóstico preciso de suas regiões administrativas e, com isso, implementar políticas públicas que contribuam para a superação da desigualdade.

Confira também o relatório ‘Uma economia para os 99%’ da Oxfam Brasil: http://bit.ly/2lHlvZH

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