TATIANA CAVALCANTI, DO "AGORA"
As faixas exclusivas de ônibus da capital estão esburacadas, com pintura apagada ou desgastada e rachaduras em alguns trechos. O Vigilante Agora analisou dez vias de coletivos, duas em cada região da capital, na segunda-feira (17).
No ponto mais conhecido da capital, a faixa da avenida Paulista, no cruzamento com a rua Augusta, em Cerqueira César (região central), havia um buraco tapado com cone. Os ônibus precisavam desviar do buraco, invadindo, assim, a pista dos carros.
"É complicado, atrapalha demais. Pode furar um pneu, quebrar o ônibus ou até acontecer um acidente", explica um motorista de ônibus, que não quis se identificar.
Na avenida Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi (zona oeste), falha similar foi encontrada na altura do número 1.827. Além do buraco, há bocas de lobo que viram obstáculos. Diante de um ponto de ônibus havia até trecho afundado, formando valeta.
Um recapeamento nas pistas da avenida Washington Luís, no Jardim Aeroporto (zona sul), cobriu a divisão de faixas em grande parte da via. E na altura do número 4.070, a pintura do solo está totalmente apagada.
O trecho da faixa de ônibus do aeroporto de Congonhas é mais preservado, mas tem falhas na marcação do solo. "As várias pistas parecem uma só. Você não sabe se está invadindo a faixa dos ônibus, porque não tem essa indicação. Temo levar multas por causa dessa falta de sinalização. Confunde o motorista, tanto de carro quanto de ônibus", conta o administrador Hélio Primolatto, 53 anos.
Em locais visitados pela reportagem, as faixas de ônibus são as que mais têm problemas em comparação com as outras pistas. Como o mesmo asfalto é usado em todas as pistas, as faixas, por onde passam veículos mais pesados, acabam sofrendo mais com buracos, rachaduras e ondulações.
OUTRO LADO
A Secretaria de Prefeituras Regionais, sob gestão João Doria (PSDB), informa que foi publicada no Diário Oficial (8/3), a formação de um grupo de trabalho, que tem por objetivo realizar um estudo aprofundado para identificar o melhor modelo de contratação dos serviços relacionados à pavimentação e tapa-buraco na cidade São Paulo.
Também diz que as avenidas Faria Lima, Heitor Penteado, Cruzeiro do Sul e a rua da Mooca passarão por vistoria, e que já foram agendados reparos nas avenidas Vila Ema, Washington Luís e Imirim. Já no Ipiranga, diz, o serviço de tapa-buraco foi feito em março.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informa que todas as vias citadas pela reportagem estão sendo vistoriadas pelas equipes de campo, para que as falhas apontadas nas respectivas sinalizações de solo (pintura de faixas) sejam identificadas. De acordo com a necessidade de implantação ou manutenção, serão elaborados projetos para recomposição da sinalização, prevendo a pintura de faixas de travessia, balizamento, legendas e canalizações.
A SPTrans informa que já está previsto o recapeamento nos corredores de ônibus das ruas Clélia, Edgard Facó, Aricanduva, Imirim entre outros ao longo do ano e que os locais apontados pela reportagem serão vistoriados e eventuais problemas resolvidos.
Matéria publicada na Folha de S. Paulo.