Incluído na proposta de Programa de Metas feita pela Prefeitura, item prevê ampliar em 11% a capacidade atual de acolhimento, mas não garante tirar as pessoas dessa situação.
Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo
A capacidade dos abrigos da Prefeitura de São Paulo para acolher moradores em situação de rua deverá subir de 78,91% (índice atual) para, no mínimo, 90%. É isso o que prevê o item 8 do Programa de Metas 2017-2020 proposto pela gestão do prefeito João Doria.
O texto de descrição do objetivo, no entanto, não deixa claro se a proposta visa efetivamente retirar das ruas as pessoas que se encontram nessa situação. “Assegurar acolhimento para, no mínimo, 90% da população em situação de rua”, registra a redação da meta 8.
De acordo com profissionais e organizações que atuam na área da Assistência Social, a ampliação da capacidade de acolhimento dos abrigos da Prefeitura é importante, mas isso não garante a redução automática do número de pessoas que dormem nas ruas da cidade.
Isso porque uma parte importante desse público prefere não ir para os abrigos públicos, e os argumentos para essa negativação são vários: não quer deixar seus animais de estimação, não aceita se submeter aos horários e as regras existentes nesses equipamentos, devido à dependência química, etc..
Visando resolver um desses problemas que afastam os moradores em situação de rua dos abrigos municipais, a Prefeitura inaugurou recentemente o primeiro Centro Temporário de Acolhimento (CTA), que um canil para cachorros e espaço para as pessoas deixarem suas carroças.
De acordo com a administração municipal, o equipamento social pode receber até 102 homens e 62 mulheres para dormir. Até o final da gestão Doria, outros 43 CTAs deverão ser entregues.
Dados de 2015 apontavam, àquela época, que a cidade de São Paulo tinha quase 16 mil pessoas em situação de rua.
Projetos associados
A meta tem dois projetos associados, sendo um deles o Espaços Vida. Na justificativa para a colocação em prática esse projeto, a gestão Doria argumenta que “os Centros de Acolhida existentes hoje têm estrutura precaríssima; não aceitam animais; não tem espaço para carroças e nem lugar seguro para guarda de pertences; não proporcionam privacidade, nem um padrão mínimo de conforto, e oferecem poucas vagas para acolhimento conjunto de casais e famílias.”
O outro projeto ligado à meta 8 é o Trabalho Novo, que entre as suas linhas de ações estão: articular 20.000 vagas em empresas para recepção de trabalhadores oriundos da situação de rua; e capacitar 20.000 cidadãos em situação de rua em diferentes áreas – formação humana, comportamental, financeira e técnica para a inserção no mundo do trabalho.
Confira aqui a proposta de Programa de Metas 2017-2020 apresentada pela gestão do prefeito João Doria.
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