Segundo o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, o cirurgião vai receber R$ 1,2 mil por plantão para fazer até oito procedimentos em um dia
O Corujão da Cirurgia, anunciado oficialmente na sexta-feira pela gestão João Doria (PSDB), vai pagar bônus aos médicos que realizarem mais cirurgias do que o previsto por plantão. O programa quer zerar a fila de 68 mil pacientes em um ano e meio.
As equipes do programa serão formadas por um cirurgião, um auxiliar e duas enfermeiras. Segundo o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, o cirurgião vai receber R$ 1,2 mil por plantão para fazer até oito procedimentos em um dia. O número é o previsto para bater a meta, segundo os cálculos da administração municipal.
“Caso a equipe consiga ultrapassar (a meta), para cada cirurgia eles ganham 10% a mais”, disse Pollara. “Isso é um incentivo que a gente está fazendo para que as pessoas se dediquem realmente e utilizem os nossos recursos com a maior eficiência possível”, afirmou o secretário.
Para Lavínio Nilton Camarim, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina, o bônus “pode estimular a sobrecarga de trabalho” e “que o profissional aja com rapidez em procedimentos que tem de ter total zelo”. “Então, esperamos que os médicos não enveredem por esse lado”, declarou.
Para o programa, a Prefeitura vai manter centros cirúrgicos de cinco hospitais funcionando 24 horas, todos os dias da semana. O Corujão da Cirurgia é dividido em quatro fases, com até seis meses cada uma. “É um processo mais lento do que o Corujão da Saúde, dos exames. É óbvio, não é a mesma coisa”, disse o prefeito João Doria (PSDB).
Nos primeiros 15 dias do programa, a Prefeitura quer ligar para todos os pacientes. Primeiramente, é marcada uma consulta com um cirurgião para avaliar se o procedimento é necessário. Depois, é feita uma consulta pré-operatória. A previsão é de que as cirurgias comecem no dia 15 de junho. O custo previsto do programa é de R$ 15,8 milhões, segundo a Prefeitura.
A primeira fase do Corujão é voltada para cirurgias gerais e ginecológicas que necessitam de internação e deve atender 25.950 pacientes. Já a segunda etapa será de cirurgias ambulatoriais, sem internação. “As fases vão ser concomitantes”, disse Pollara. A terceira etapa será de intervenções urológicas. Na última, serão realizadas cirurgias ortopédicas.
Público
Ao contrário do que ocorreu nos exames do Corujão, as cirurgias não serão feitas em parceria com hospitais privados. Entre as unidades, quatro são públicas e uma, filantrópica.
Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo