FOLHA DE S. PAULO
Novo relatório da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), vinculado à gestão João Doria (PSDB) na Prefeitura de São Paulo, aponta que entre janeiro e agosto de 2017 foram registradas 20 mortes nas pistas das marginais Tietê e Pinheiros.
No mesmo período do ano passado, as mesmas vias registraram 19 mortes. O relatório, segundo a CET mantem a mesma metodologia para contagem de mortes desde 1979.
O levantamento ainda não contabiliza as três mortes ocorridas na Marginal Tietê no dia 30 de setembro, quando a motorista Talita Sayuri atropelou quatro pessoas que estavam estacionadas em um acostamento da via.
A segurança das pistas tem sido questionada por especialistas desde que a gestão Doria decidiu aumentar as velocidades máximas das pistas da marginal. As velocidades máximas haviam sido rebaixadas pela gestão anterior, de Fernando Haddad (PT).
Os limites subiram de 70 km/h para 90 km/h nas pistas expressas, de 60 km/h para 70 km/h nas centrais e de 50 km/h para 60 km/h nas locais (com exceção da faixa de tráfego da direita).
O relatório traz ainda a contabilidade de 284 acidentes com vítimas, contra 335 no mesmo período do ano anterior. Nesse ponto, o número é conflitante com as informações fornecidas por outras fontes, como o a Polícia Militar, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e um relatório anterior da própria CET, publicado em fevereiro deste ano -naquela oportunidade, a empresa divulgou que havia registrado 223 acidentes com vítimas só em janeiro e fevereiro.
Meses após as mudanças, registros da Polícia Militar e do Samu apontaram alta de atendimentos a batidas com feridos. Segundo a PM, entre fevereiro e maio, os acidentes com vítimas nas marginais subiram 38% em relação ao mesmo período do ano passado (de 392 para 540).
Questionada desde o início da gestão sobre a segurança nas marginais, a gestão Doria diz que não há correlação entre o aumento das velocidades nas marginais e o aumento de acidentes ou de mortes. Para a gestão, o aumento do número de acidentes reportados por outras entidades, como Polícia Militar e Samu podem ser explicadas pela maior capacidade de integração entre os serviços de atendimento aos motoristas nas marginais e o maior registro de acidentes que antes eram substantificados.
Matéria publicadda na Folha de S. Paulo.