Obra servirá para aliviar a superlotação na passagem entre as duas estações; 22,5 mil pessoas circulam pelo local nos horários de pico
Bruno Ribeiro, O Estado de S.Paulo
O Metrô de São Paulo vai construir um novo túnel para ligar as Estações Paulista, da Linha 4-Amarela, e Consolação, da Linha 2-Verde. O objetivo é tentar aliviar a superlotação no local. A conexão foi apelidada de “túnel dos pinguins” graças à comparação de um ex-presidente da empresa, ao descrever o fluxo lento de passageiros. Já foi aberto o processo para contratar o projeto executivo da obra, que será financiada pelo Banco Mundial.
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O traçado do novo túnel será definido pelo projeto a ser contratado. Quem anda ali todo dia, entretanto, espera que o trajeto seja menor. “É muito longo. Mesmo sem estar lotado, o percurso de uma plataforma à outra demora cinco minutos”, reclama a analista Eliane Oliveira, de 30 anos. “E quando lota muito, como hoje (terça-feira, 7), desligam a plataforma.”
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A passagem – na verdade, são três túneis interligados – tem 171,6 metros de extensão. Hoje, afirma o Metrô, por lá circulam 22,5 mil pessoas nos horários de pico da manhã e da tarde.
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Inaugurado juntamente com a Estação Paulista em setembro de 2011, o túnel se mostrou subdimensionado desde o primeiro dia de operação no horário de pico. Grades tiveram de ser instaladas para separar o fluxo de passageiros e o piso tátil original, voltado para pessoas com deficiência visual, teve de ser alterado.
A ideia agora é que o túnel existente seja de mão única, apenas para passageiros que vão para a Estação Consolação, na Avenida Paulista. A nova passagem subterrânea será usada para aqueles que seguem para a Estação Paulista, que fica na Rua da Consolação.
Para o ano que vem, é prevista a abertura da extensão da Linha 5-Lilás, na zona sul, com a promessa de ajudar a melhorar a distribuição de passageiros na rede e desafogar o túnel. Mesmo assim, o Metrô estima que, em 2030, esse volume de passageiros pule para 34 mil pessoas nos horários de pico.
“Quando fica muito cheio, a gente demora muito para passar. É muita gente. Pego ele todos os dias por volta das 7 horas, e é sempre superlotado”, conta a professora Ana Claudia de Assis, de 28 anos.
Proposta
Na semana passada, o Metrô publicou no Diário Oficial Empresarial um Pedido de Manifestação de Interesse (PMI) convocando empresas a apresentar projetos para o novo túnel. O recurso a ser usado faz parte de uma verba de R$ 400 milhões que o Metrô contratou com o Banco Mundial para obras da Linha 4.
Segundo o termo de referência do PMI, o novo túnel sairá não da passarela suspensa sobre as plataformas da Linha 4, como o atual, mas sim do corredor que liga a plataforma à saída para a Rua da Consolação. Dali, o túnel seguiria na diagonal do túnel existente, o encontrando na área das esteiras rolantes da Linha 2-Verde. As consultorias serão selecionadas de acordo com critérios do banco.
As empresas devem comprovar experiência em projetos similares e vão se responsabilizar pelo gerenciamento das obras. O Metrô cadastrará as interessadas até o próximo dia 17. Mas não há estimativa do valor da obra nem prazo de conclusão.
Para lembrar: 7 inaugurações ainda em 2017
Segundo os cronogramas públicos do Metrô, divulgados em seu Portal da Transparência, há sete estações que devem ser entregues à população ainda neste ano, incluindo Higienópolis-Mackenzie da Linha 4-Amarela e a prolongação da Linha 5-Lilás entre Brooklin e Chácara Klabin, ambas na zona sul – essa linha ainda terá a Estação Campo Belo inaugurada em 2018.
A Linha 4-Amarela ainda tem duas estações prometidas para o ano que vem: Oscar Freire e São Paulo-Morumbi. Além delas, há nove paradas prometidas para o primeiro trimestre do ano que vem na Linha 15-Prata, o monotrilho da zona leste. A Linha 6-Laranja, rumo à zona norte, continua com obras paralisadas.
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.