Dados foram divulgados nesta terça-feira (5/12) pela Rede Nossa São Paulo, Programa Cidades Sustentáveis e Fundação Bernard van Leer, junto com lançamento do Observatório da Primeira Infância
Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo
O Observatório da Primeira Infância e o Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, lançados nesta terça-feira (5/12) pela Rede Nossa São Paulo, Programa Cidades Sustentáveis e Fundação Bernard van Leer, trazem um grande número de indicadores sobre a realidade das crianças de zero a seis anos na capital paulista e apontam os distritos da cidade onde a situação é mais precária para essa faixa etária da população.
O Mapa da Desigualdade da Primeira Infância revela, por exemplo, que uma criança da Vila Brasilândia espera, em média, 41 dias para obter uma consulta pediátrica. Enquanto em Moema, esse prazo de agendamento é de dois dias.
A diferença entre esses dois distritos, que o estudo chama de “desigualtômetro”, é de 20,5. Ou seja, o tempo médio de espera por uma consulta pediátrica na Vila Brasilândia é 20,5 vezes maior do que em Moema.
Entre os 28 indicadores analisados pelo Mapa também estão “mortalidade infantil”, “tempo médio para vaga em creche” e “internação por doenças respiratórias”.
Após comparar todos os 96 distritos da cidade, o estudo revela os 26 que aparecem mais vezes entre os 30 piores em cada um dos 28 indicadores avaliados. Em geral, esses distritos estão nas regiões mais afastadas do centro de São Paulo.
Confira aqui apresentação do Mapa da Desigualdade da Primeira Infância.
Relação dos 26 distritos que aparecem mais vezes entre os 30 piores
Evento de lançamento
Os dados foram apresentados durante o evento público de lançamento do Observatório da Primeira Infância e do Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, ocorrido no Sesc 24 de Maio, em São Paulo.
Em sua fala na atividade, o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, argumentou que não existe tema mais importante do que a primeira infância. Segundo ele, existem 20 milhões de crianças no Brasil na faixa etária de zero a seis anos. “Essa é uma riqueza do nosso país, e dessa forma devemos tratar essas crianças”, ponderou, antes de complementar: “Temos de dar condições para que elas se desenvolvam em todos os sentidos, ou seja, fisicamente, espiritualmente, emocionalmente e culturalmente”.
Abrahão destacou ainda a importância dos dados disponibilizados pelo Observatório e pelo Mapa da Desigualdade ao poder público e à sociedade. “Nossa expectativa é que esses dados gerem ações”, afirmou.
Para ele, os 26 distritos que aparecem mais vezes entre os 30 piores sinalizam onde o poder público deveria priorizar seus investimentos e suas ações para reduzir as desigualdades.
Fernanda Vidigal, coordenadora de projetos da Fundação Bernard van Leer, relatou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela organização em várias cidades do mundo. “Em 50 anos, a Fundação Bernard van Leer já investiu mais de meio bilhão de dólares para o desenvolvimento da primeira infância.”
Confira aqui a apresentação dela no evento.
Na avaliação de Fernanda, o primeiro passo para tudo é identificar o problema. “E foi dentro dessa perspectiva que fizemos essa parceria com a Rede Nossa São Paulo, que resultou nessa incrível ferramenta, que é gratuita e pode ser replicada por outros municípios”, disse ela, referindo-se aos dois guias que também foram lançados no evento, para que outras cidades também possam elaborar os seus Observatórios da Primeira Infância.
Confira aqui o Observatório da Primeira Infância em 5 passos – Guia de multiplicação
E o Observatório da Primeira Infância – Guia técnico.
Silvia Gomara Daffre, George Winnik e Cícero Yagi representaram o Grupo de Trabalho (GT) Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo no evento.
“O Observatório da Primeira Infância pode ser uma ferramenta importante para organizar as informações sobre as crianças e identificar os diretos que não estão sendo garantidos a elas”, defendeu Silvia.
George Winnik e Cícero Yagi prestaram uma homenagem a João Figueiró, fundador do Instituto Zero a Seis e também integrante do GT Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, que faleceu recentemente.
Também participaram da atividade:
– Irene Quintáns, consultora para o programa Urban95 da Fundação Bernard van Leer na América Latina (confira aqui a apresentação dela no evento);
– Vera Lion, coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – Ibeac e do Centro de Excelência em Primeira Infância em São Paulo (confira aqui a apresentação dela no evento);
– Marisa Villi, da Rede Conhecimento Social e do GT Criança e Adolescente;
– Clara Meyer Cabral, coordenadora de indicadores da Rede Nossa São Paulo;
– e Américo Sampaio, gestor de projetos da Rede Nossa São Paulo.
Na parte final do evento, o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis informou aos participantes que o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, cuja presença estava confirmada, tinha enviado uma mensagem, dizendo que surgiu um imprevisto e não poderia comparecer.
Jorge Abraão apresentou ainda o documento “Caminhos para a redução da desigualdade”, que foi elaborado com a participação do GT Criança e Adolescente e contém propostas destinadas aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além da sociedade civil e setor empresarial.
A atividade foi encerrada com a apresentação do Coro Infantil da Escola Municipal de Música, da Fundação Theatro Municipal.
Repercussão na mídia
São Miguel é região de SP com mais acidentes de trânsito com crianças, diz pesquisa (G1)
Plataforma mostra diferenças sociais em São Paulo (GLOBONEWS)
44% dos distritos de São Paulo registram casos de violência sexual contra crianças (CBN)
O mapa que usa indicadores de cuidado com crianças para expor a desigualdade em SP (HUFFPOST)
Em São Paulo, uma criança tem 22 mais chances de morrer na Sé do que em Perdizes (CARTA CAPITAL)
Enquanto a criança da periferia não for prioridade, desigualdade vai continuar existindo (CBN)
Desigualdade entre bairros mostra SP pouco acolhedora para crianças (VALOR ECONOMICO)
Mortalidade infantil é 21 vezes maior na Sé do que em Perdizes (DCI)
Mortalidade de crianças de até um 1 na Sé é quase 21 vezes maior que em Perdizes (ISTOÉ DINHEIRO)
Mortalidade de crianças na Sé é 21 vezes maior que em Perdizes (EXAME)
Mortalidade de bebês na Sé é quase 21 vezes maior que em Perdizes (R7)
Mortalidade de crianças de até um 1 na Sé é quase 21 vezes maior que em Perdizes (BOL)
Mortalidade de crianças de até um 1 na Sé é quase 21 vezes maior que em Perdizes (UOL)
Por ano, Itaim Paulista tem 285 agressões a cada 100 mil mulheres (CATRACA LIVRE)
40% das crianças de até seis anos vivem nos piores 26 distritos da capital paulista (JOVEM PAN)
Apenas Santo Amaro tem atendimento pediátrico em todas as UBSs (32xSP)
Site cruza indicadores e revela desigualdade na primeira infância em SP (PORVIR)
O mapa que usa indicadores de cuidado com crianças para expor a desigualdade em SP (CEERT)
Mapeamento expõe as diferentes realidades que compõem a infância paulistana (PORTAL APRENDIZ)
Mapa da Desigualdade da 1ª Infância no Jornal da Cultura 1ª Edição | 05/12/2017 – minuto 10
Mapa da Desigualdade da 1ª Infância no Repórter Brasil Noite – 05/12/17 – minuto 3
Mortalidade de crianças de até um 1 na Sé é quase 21 vezes maior que em Perdizes (ISTOÉ)
Mortalidade de crianças na Sé é maior que em Perdizes (GAZETA DE S. PAULO)
Observatório Primeira Infância (PORTAL SETOR3)
Mapa da Desigualdade (OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR)
Quatro em cada 10 crianças moram nos piores bairros (DIÁRIO DE S. PAULO)
Pinheiros x Pari: os piores lugares para ser criança em São Paulo (CATRAQUINHA)
Estatísticas de agressões contra mulheres no distrito Jaraguá (JARAGUÁ SP POST)
Crianças dizem não ao crime em um dos bairros mais pobres de São Paulo (AGENCIA EFE)