Folha de S. Paulo
O vereador Milton Leite (DEM) foi reeleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo na manhã desta sexta-feira (15).
A reeleição era esperada, já que os vereadores que ocupam o cargo geralmente o fazem por mais de um mandato. Além disso, a continuidade estava acertada com as principais lideranças dos partidos no Legislativo.
Leite recebeu 47 votos, Toninho Vespoli (PSOL) ficou com dois e Janaina Lima (Novo) recebeu um. Cinco vereadores não compareceram.
O vereador Eduardo Tuma segue como vice-presidente da Câmara.
Como chefe do Legislativo, Leite foi um firme apoiador dos projetos de Doria ao longo do ano, tendo ajudado especialmente na aprovação dos projetos do pacote de desestatizações, incluindo as concessões do estádio do Pacaembu, do Mercadão, dos parques, e da privatização do Anhembi.
Em 2018, seu principal desafio será dar continuidade à tramitação desses projetos, especialmente as privatizações do Anhembi (que agora precisa da aprovação de dois projetos de lei para acontecer) e do autódromo de Interlagos.
Nas últimas eleições, Leite fez campanha para Doria. Dias antes da vitória do tucano em primeiro turno, o vereador caminhou pelo bairro Piraporinha, um de seus redutos eleitorais, ao lado do então candidato. A aproximação com o tucano o colocou na condição de opção para comandar o Legislativo paulistano.
Nos períodos em que Doria mais viajou e que o vice, Bruno Covas (PSDB), também esteve ausente, Leite chegou a assumir o cargo de prefeito. Isso aconteceu em duas ocasiões.
Em maio, ficou cinco dias como prefeito, quando fez ações na zona sul, seu reduto eleitoral. Leite apresentou-se vestido de gari, em referência a ações que Doria vinha executando.
Ligado a empresários de transporte que operam nos extremos da cidade, Leite se define como defensor das antigas cooperativas de perueiros, atualmente nas mãos de empresários.
Essa aproximação fez com que o Ministério Público paulista abrisse, em 2006, uma investigação para apurar elo entre o vereador e cooperativas de transporte. O caso, porém, foi arquivado.
Além disso, o vereador tem forte influência nas discussões sobre os projetos de ocupação do solo da cidade. Durante a lei de zoneamento, ele foi à tribuna para questionar mudanças que permitiriam mais construções em áreas verdes da zona sul.
Leite também é próximo dos sambistas da cidade.
Seu crescimento político de 1996 (quando foi eleito com 33 mil votos) para cá garantiu a eleição de seus dois filhos para cargos eletivos, também pelo partido do pai. Milton Leite Filho se elegeu deputado estadual em 2006 e foi reeleito nas duas disputas seguintes. Já Alexandre Leite se reelegeu deputado federal em 2014.
Matéria publicada na Folha S. Paulo.
